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DIÁLOGO ABERTO, O ORIGINAL, é um espaço interativo cuja finalidade é a discussão. A partir de abordagens relacionadas a muitos temas diversos, dos mais complexos aos mais práticos, entre teologia, filosofia, política, economia, direito, dia a dia, entretenimento, etc; propõe um novo modo de análise e argumentação sobre inúmeras convenções atuais, e isso, em uma esfera religiosa, humana, geral. Fazendo uso de linguagem acessível, visa à promoção e à saliência de debates e exposições provocadoras, a afim de gerar ou despertar, em o leitor, um espírito crítico e questionador.

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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Do bem jurídico de Yaveh





1. Qualquer estudo sumário do Direito, principalmente em se tratando do penal, percebemos a ocorrência da ideia de bem jurídico, que visa nortear qualquer lei ou norma que se aplique no bojo geral das teorias.

2. Principalmente, destacando os conceitos preambulares da CF de 1988, é nítida a delimitação importantíssima (citando também o art. 5 da mesma Constituição) dos valores centrais de toda a norma subsequente do sistema jurídico brasileiro, destacando o âmbito político do mesmo.

3. Dá-se extremo valor aos bens jurídicos que merecem maior valor, como a vida, a honra, a liberdade sexual, a liberdade, a propriedade, etc. Conceitos que recebem naturalmente carga moral e ética vinda de outros contextos anteriores da modernidade, graças à transformação de cultura ocorrida, principalmente, a partir do Iluminismo Europeu do século 16. 

4. O controle político, econômico, social passou das mãos da Igreja e foi parar nas ideias ainda embrionárias de pensadores, dos que iniciaram e propociaram a transformação daquele mundo para o que conhecemos como Estado Democrático do Direito da atualidade (em se tratando de um contexto brasileiro, também).

5. O que me espanta é que a noção de direitos existente entre uma sociedade atual, que recebeu essas noções de ética e moral derivadas não de um sistema de religião, mas de uma sociedade cheia de expectativas secularizadas como as do Iluminismo e modernismo, é anos-luz mais justa, igual, isonômica do que aquelas que julgavam-se ter recebido sua inspiração de Deus.

6. É claro que a religiosidade, ainda que em um Estado laico, tem sua importância e presencialidade. Exemplo, cito o prêambulo da nossa CF, onde o nome de Deus é salientado. Lembrando, porém, o valor de transparência ideológica dessa referência e não de âmbito do direito como os demais conteúdos desse compêndio legal. No entanto, aparentemente, vê-se que quanto mais secularizado é um Estado de Direito, maiores são as chances da justiça e igualdade soprepôrem-se ao autoritarismo desumano.

7. No caso de Yaveh e seus bens jurídicos, qualquer observação na Bíblia Hebraica, principalmente em se tratando dos textos mais antigos, vemos a falta de qualquer noção de valor humano e de direito. Casos como matança de mulheres por causa de menstruação, assassinato de milhares de crianças para o tomamento de terras estrangeiras, o abuso do poder religioso em detrimento do poder social das classes baixas, são exemplos nítidos de que houve, indubitavelmente, uma evolução na ideia do que é ser sociedade entre aquela e nossa época.

8. Ler qualquer especificidade do direito e notar o destaque desses bens tão importantes- que consideramos atualmente- com certeza, deixa a noção do bem jurídico de Yaveh e de toda religiosidade passada muito aqúem. 

André Francisco

sábado, 19 de outubro de 2013

"Palavrões" de Jesus e os nossos






1. No tempo de Jesus, como em qualquer cultura ou época diferentes, existia a utilização de palavras de baixo calão, corriqueiramente, "palavrões". Normalmente, em um contexto judaico, essas expressões de xingamento eram conectadas com questões de religião. Ou seja, as palavras que denotavam esse caráter eram, quase sempre, envolvidas com aspectos da religião.

2. Diferentemente do Brasil e da língua portuguesa falada aqui, onde pode-se perceber nitidamente a relação entre palavras de baixo calão e a sexualidade. Essa característica é devido a fatores históricos passados, em que a Igreja Católica marginalizava aspectos sexuais da cultura e da vida cotidiana do povo. Ou seja, relacionou-se qualquer tipo de xingamento com o sexo, com questões sexuais. 

3. Num contexto judaico, diferentemente de nossa cultura ocidental latino-americana, mais especificamente brasileira, a conexão é religiosa. 

4. Por exemplo, são visíveis no Novo Testamento algumas dessas ligações. Expressões como "filho do diabo", "cachorro", "filhos de Belzebu", "raça de víboras", são xingamentos, palavrões, claramente voltados ao público da religião. As traduções da Bíblia para o português, com certeza, suavizaram bastantes termos ao serem feitas, removendo aquela "mácula" dos textos sagrados, deixando-o mais brando, acessível, "puro". 

5. Um texto onde essa suavização é visível: 

"Os publicanos e as prostitutas vos precederão no reino de Deus.” (Mt, 21, 31) 

Poderia, justamente, a palavra prostituta ser traduzida como "puta". Porém, é nítido o aspecto suavizador, de eufemismo, nesses casos mais fortes. Até para que o texto tenha seu público leitor mais ampliado e possa ser manuseado por qualquer pessoa, independentemente da idade. 

 6. Um caso veterotestamentário é a expressão incircunciso. Um xingamento extremamente grave para judeus. Comparável aos piores existentes na nossa língua, seja ele qual for.


André Francisco

sábado, 12 de outubro de 2013

O deus do outro é sempre um demônio

1. O cara chama o deus do seu vizinho de demônio,  mas se esquece que esse vizinho também acredita que qualquer outro ser, tido deus, além do seu é demônio do mesmo jeito.

2. A grosso modo, de duas uma. Ou um ou outro está certo em sua afirmação.  Se não, um terceiro pode entrar nessa disputa de entidades e os dois passam a ser passíveis de estarem errados.


André Francisco

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