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DIÁLOGO ABERTO, O ORIGINAL, é um espaço interativo cuja finalidade é a discussão. A partir de abordagens relacionadas a muitos temas diversos, dos mais complexos aos mais práticos, entre teologia, filosofia, política, economia, direito, dia a dia, entretenimento, etc; propõe um novo modo de análise e argumentação sobre inúmeras convenções atuais, e isso, em uma esfera religiosa, humana, geral. Fazendo uso de linguagem acessível, visa à promoção e à saliência de debates e exposições provocadoras, a afim de gerar ou despertar, em o leitor, um espírito crítico e questionador.

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Reticências de um poeta (...)

Olhava
Via
Uma musica
Nada mais
O mundo parava
Girava
As concepções
De uma existência
Existindo
Devaneios, devaneios, devaneios
Nada mais
Pra fazer sentido
É preciso algo a mais

(...)

Durante a madrugada
Enquanto todos dormem
Alguém pode estar vendo a sua arte
E pensando em mudar o mundo
E dos céus riem os deuses
Pelas nossas loucuras
E logo após se apaixonam
E mandam cartas para nós
Os que recebem
Repassam ao mundo em forma de poesia
E assim nascem os poetas
Céticos cupidos dos deuses


James Douglas Caufield
(Rodrigo Mascarenhas)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Levítico 16, o bode a Azazel e Iemanjá



1. Um texto interessante e um caso polêmico estão adjungidos no conteúdo exposto em Levítico 16.

2. Um ritual de expiação praticado em Israel para perdão dos pecados das pessoas fiéis. Dois bodes eram eleitos para receber o sacrifício,  um que seria oferecido diante de Iahweh e outro diante de Azazel, demônio do deserto.

3. Azazel, como bem parece ter compreendido a versão siríaca veterotestamentária, é o nome de um demônio que os antigos hebreus e cananeus acreditavam que habitasse o deserto, terra árida onde Iahweh não exercia sua ação fecundante. 

4. O bode seria entregue a Azazel para serem expiadas as faltas junto do oferecimento a Iahweh. Um costume hebreu remoto. 

5. O que me chama atenção é a semelhança desse rito com outros pertencentes à cultura afro-brasileira e suas oferendas. Não existe a suposição que haja utilização de qualquer doutrina dos hebreus ou influência para a maneira com que os de religião "negra", em sentido sociológico e antropológico, exercem suas atividades sagradas. Mas tal semelhança é notória. 

6. O que mais questiono é a cegueira para casos bíblicos atípicos como esse citado e sua sacralização em detrimeno de práticas bastante parecidas de outros seguimentos religiosos.

7. O culto à rainha do mar, por exemplo, faz parte tradicionalmente de datas comemorativas de final de ano. As oferendas são entregues no mar e os que acreditam supõem que a deusa as receberá.

8. Diversidade de doutrina com rituais parecidos.

André Francisco


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Judas é sagrada para a igreja, cita Enoque, que não é




1. Para o Judas da carta, o livro de Enoque é sagrado. Aliás, usa a teologia da queda dos anjos como verdade e aplica também outras ideias do mesmo livro abertamente (Jd 14-25). 

2. Para a igreja, o Judas da carta é inspirado por Deus para escrever, logo, sua carta também é, ou seja, escritura sagrada. Assim, sua teologia e pensamento são parte da doutrina revelada neotestamentariamente. 

3. Mas o problema é que a igreja não aceita Enoque, que é o pai da teologia de Judas, como canônico, inspirado, escritura. Então, temos algumas situação: 

1- O livro e teologia de Enoque são santos, inspirados e teologicamente corretos, foram usados devidamente por Judas, deixando sua carta nas mesmas condições de veracidade e legitimidade. 

2- O livro e teologia de Enoque não são santos, inspirados e teologicamente corretos, e foram indevidamente utilizados por Judas, deixando sua carta em condições de não ser aplicada legitimamente. 

3- Apenas uma porção- a que foi usada por Judas- do livro de Enoque é santa, inspirada e teologicamente correta, por isso da utilização legítima. 

4- A igreja tem o controle de definir o que quiser sobre a questão da santidade, inspiração e teologia dos seus livros e cartas, de acordo com sua vontade e conveniência. 

Diante dessas quatro situações, vê-se a dificuldade do fato. 

4. Grande parte dos da igreja gosta da terceira explicação. É a que acho mais desonesta, considerando que nenhuma teologia ou pensamento doutrinário surge apenas de algum texto sem contexto dentro de um livro inteiro (afirmação que compromete a ideia de que a parte usada por Judas, do texto de Enoque, é inspirada, apenas). Pois essa citada parte está conectada a outros contextos espalhados por todo o livro, sendo impossível sua fundamentação somente devida a essas linhas. 

A questão é que a ideia central do Enoque da citação de Judas depende existencialmente da teologia geral de todo o livro. 

Isso sugere que Judas teve acesso, como muitos outros, a esse material e, indubitavelmente, o considerava sagrado. 

5. Interessante! Quem está com a verdade? Acho que o tópico quatro.

André Francisco

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