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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Obama, o aeroporto de Aécio e o Porto de Cuba




1. Os discursos de reaproximação entre os Estados Unidos da América e Cuba estão repercutindo rapidamente em todos os canais de ponta de acesso à informação. Por alguns, a notícia foi tratada como um marco histórico, devido, principalmente, ao caráter de excepcionalidade dado às últimas pronunciações, como se nenhuma medida política-econômica passada, que consequentemente resultaria nessa decisão, agora esclarecida para todos, pudesse ter sido detectada pelos especialistas do assunto. Outros canais apenas continuaram a relatar o que já vinham há tempo fazendo e que estava na cara que aconteceria. 

2. Lembro-me que, na época das eleições presidenciais, existiam dois argumentos- quase que clichês- expressamente batidos pelos dois principais candidatos ao cargo do Executivo. Era uma espécie de alfinete à mão para ambos. Quando as palavras sobre economia, segurança pública, saúde, educação, tornavam-se cansativas, ainda havia uma carta na manga pronta para ser acionada. 

3. Uma se configurava questão sobre um aeroporto construído em terras da família do Senador Aécio Neves- PSDB, pelo governo de Minas Gerais, quando o referido era governador do Estado. A obra realizada pelo Deop (Departamento de Obras Públicas do Estado) fica nas terras de Múcio Tolentino, seu tio-avô. Múcio é irmão da avó do PSDBista, Risoleta Tolentino Neves (1917-2003), que foi casada por 47 anos com Tancredo Neves (1910-1985). A pista do aeroporto fica ao lado da fazenda Santa Izabel, também propriedade de Múcio, segundo o Jornal Folha de S. Paulo. Ou seja, muita coisa em casa!

4. Claro que foi negado qualquer suposto envolvimento de interesses entre parentes no que tange à escolha do local da construção, no entanto, foi afirmado que se levou em consideração critérios técnicos em todo momento. Mesmo existindo opiniões contrárias de especialistas no assunto. Pois bem. A oposição logo tentava tirar a sua carta da manga, depois de ser acusada veementemente desse imbróglio que envolvia o aeroporto de seu representante. Desenterrando um fantasma que vitima inúmeras pessoas ainda hoje no Brasil, fizeram de um investimento  de 800 milhões de reais, do BNDES, no Porto de Mariel de Cuba, proposto obviamente pelo Governo Federal, um assunto polêmico. 

5. O argumento era o mesmo de sempre, o Brasil, que está sendo governado por um partido de esquerda, está investindo milhões de reais do dinheiro público em uma nação estrangeira comunista. Logo, está financiando a expansão do comunismo no continente americano, criando inimigos, mudando amoitadamente o sistema político-social atual. 

6. Uma notícia que deixou muita gente de cabelos em pé. Claro que anunciada de maneira totalmente incorreta e acobertando outras mais que justificariam a medida tomada pelo governo nesse investimento. Mas o que isso tem a ver com EUA e Cuba? Tudo! Agora não é novidade para ninguém que os EUA possuem uma nova política de enfrentamento das diferenças existentes com a ilha dos irmãos Castro. Foi anunciado em rede mundial que a política atual seria modificada, pondo um fim a mais de cinquenta anos de bloqueio diplomático. Futuramente, a ideia é que o embargo econômico, que ainda existe entre os dois países, seja revisto e consequentemente extinto, visando à ampliação de relações comerciais amistosas. Obviamente que essas medidas não resultarão em conclusões positivas velozmente, mas em uma proposta incipiente, que modificará de maneira profunda a forma de se relacionar entre eles. 

7. E o Porto de Mariel? É óbvio que o Brasil se beneficiará, como já tem se beneficiado, sobremaneira com esse investimento que fez. O jornalista José Antônio Lima elenca alguns pontos por que a parceria com Cuba, com relação ao Porto, é benéfica para o Brasil:

1. O Porto de Mariel, em Cuba, é tão sofisticado quanto os maiores do Caribe, Jamaica e Bahamas. O BNDES financiou o valor de 682 milhões de dólares com a garantia de que, em contrapartida, 802 milhões de dólares colocados na obra fossem gastos no Brasil, com a compra de bens e pagamento de serviços comprovadamente brasileiros. Segundo levantamento de Odebrecht, empreiteira que também recebeu financiamento para a obra, esse valor empregou 156 mil brasileiros de forma direta e indireta.
2. Há de se considerar ainda que a população cubana é um mercado potencial para empresas brasileiras. Exemplo disso é que as exportações do Brasil para Cuba quadruplicaram na última década, colocando o Brasil entre os três maiores parceiros da ilha.
3. A parceria será ainda melhor se a economia cubana passar por uma modernização. Nesse aspecto, Mariel é fundamental. Ali, ao contrário do resto do país, as empresas podem ter capital 100% estrangeiro, por causa da criação da Zona Especial de Desenvolvimento Econômico. Isso gera o quê? Mercado para as empresas brasileiras.
4. Outro ponto estratégico de Mariel é sua localização, já que fica a 150 quilômetros do maior mercado do mundo, os Estados Unidos. Embora o embargo estadunidense à Cuba ainda esteja em vigor, ele não se sustenta a longo prazo. O presidente Barack Obama, inclusive, já sinalizou que quer flexibilizar a relação entre os dois países. Quando o embargo cair, Cuba se tornará estratégica para o Brasil por causa de sua posição. E, enquanto existe o embargo, o Brasil ocupa um mercado no qual os Estados Unidos não tem entrada.
8. Estranho mesmo é que pouca notícia havia destacando pontos positivos do investimento. Aquilo que realmente existia era extremo rechaço à medida por causa de utópicas modificações do Brasil capitalista a comunista. Agora que o plano estratégico foi revelado, pouca coisa se fala do que o Porto pode significar para o Brasil. Falar de um aeroporto caseiro é uma coisa, mas de uma política bem feita de desenvolvimento é outra. Tentaram acobertar por muito tempo que a obra era boa, não comunista. Mas, agora, quem pôs um basta a essa maquiagem controladora midiática foi Obama. Será que vão tentar mudar as palavras ditas pelo homem também? A oposição precisa de outra carta na manga! 
André Francisco

Lava-se, à Jato, os barris baratos de petróleo



O preço do barril de petróleo não para de cair- o valor depreciou 46% desde junho, chegando a US$ 63 na semana passada, o menor valor em cinco anos e meio. Pode ser que, a curto prazo, essa situação deva ter consequências positivas para o Brasil. Mas, a longo, prejudique os investimentos previstos para o pré-sal, já que há desvalorização (Lúcia Müzell; Adriano Pires). 
É bem provável que a queda gere resultados positivos imediatos, como, por exemplo, o barateamento da gasolina, óleo diesel, derivados, considerando que o Brasil é importador. Resultado que atinge, logica e diretamente, os bolsos da população consumidora. E, diferentemente de outros lapsos econômicos mundiais e nacionais envolvendo o óleo da pedra, seria positivamente. 
A questão principal, contextualizando, é a conexão que, sem sombras de dúvidas, ocorrerá futuramente entre as novidades que envolvem a queda do valor dos barris e os escândalos envolvendo a estatal Petrobras. Aqui, obviamente, destaca-se os grandes e poderosos veículos de divulgação de notícias em massa, que se propõem a se opor às medidas atuais de política governamental do país. 
Há alguns dias, foi capa de determinadas fontes de notícia o suposto envolvimento de um escritório de advocacia estadunidense, Wolf Popper LLP, da qual fazem parte certos gringos que investem na Petrobras, quanto na abertura de uma ação coletiva contra a empresa, destacando o caso da operação Lavo Jato, que está em tramitação atualmente. É claro que a notícia sobre o escritório foi anunciada com um recheio de maldade que buscava conectar o escândalo de corrupção em voga com fontes estrangeiras a fim, ao meu ver, de gerar imagética seriedade a mais no caso. Quando os EUA estão envolvidos, para quem está de fora, é porque a situação está preta. 
E na continuidade da matéria pretendeu-se mostrar que há um responsável por tudo isso, ou vários. Mas em quase nenhum momento as principais figuras do esquema, como indiciados e abertamente citados pela Justiça Federal, foram considerados como tal. Pelo contrário, a responsabilidade foi total e indiretamente jogada nas costas do Governo Federal e, consequentemente, do Poder Executivo. 
Não há surpresa alguma que tenha ocorrido, depois de poucos dias, a divulgação de um relatório paralelo duro do processo, pela oposição, no congresso Nacional, acusando até mesmo a Presidenta de improbidade administrativa por causa da corrupção na Petrobras e nas empreiteiras relacionadas. 
Aposto que os barris baratos vão virar notícia e serão lavados à Jato dentro de poucos dias. De alguma forma bem esperta, ou nem tanto, conectarão um assunto ao outro e divulgarão para o povo ver. Petrobras- Operação Lava Jato- Barris Baratos. Falta apenas uma mente criativa para ligar tudo isso e publicar em alguma página por aí. 

André Francisco

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