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sexta-feira, 11 de março de 2016

Biografia e sintética análise pessoal sobre Martin Heidegger (2011)



Texto escrito em cumprimento às exigências da disciplina de Princípios de Exegese I, 2011. André  Francisco
 



Filósofo, escritor de diversas obras, professor universitário, um dos mais destacados pensadores de todos os tempos, principalmente em se tratando do século 20. Nasceu em uma família de religiosos cristãos de confissão católica. Estudou na cidade de Constança, entre o período de 1903 a 1906; em Friburgo até 1909, cidade onde também se tornou professor de 1923 a 1928, como substituto.
Cursou teologia e, paralelamente, aprofundou-se nas filosofias antigas, principalmente nos argumentos de Aristóteles. Em se tratando de influências filosóficas modernas, Heidegger iniciou seu aprofundamento no assunto a partir de leituras de livros de Husserl. Simpatizava-se com a filosofia existencialista de Kierkegaard, como também por Blondel. Investigou obras de Nietzsche, Emmanuel Kant, Dostoievsky, grandes influenciadores de seu próprio pensamento filosófico.
Autor de diversas obras, entre elas, “Ser e Tempo”, em 1927.
Existem algumas outras de destaque: "Da Essência da Verdade" (1943), "Introdução à Metafísica" (1953), "Da Experiência de Pensar" (1954), "O que é isto, a Filosofia?" (1956), "O Princípio da Razão" (1956), "Da Pergunta sobre o Ser" (1956), "Identidade e Diferença (1957), "A Caminho da Linguagem" (1959), "Língua e Pátria" (1960), "Nietzsche" (1961), "A Pergunta sobre a Coisa" (1962), "Tese de Kant sobre o Ser" (1962), "Marcos do Caminho" (1967), "Sobre o Assunto Pensamento" (1969), "Fenomenologia e Teologia" (1970), "Heráclito" (1970).
As ideias de Heidegger foram a causa da intitulação que ele recebeu como um grande filósofo metafísico. Esse pensamento, com base na filosofia aristotélica, caracteriza-se pela investigação das realidades que transcendem a experiência sensível, e especula sobre as realidades suprassensíveis, valorizando-as como fonte do conhecimento empírico. Essas especulações sobre as realidades suprassensíveis fizeram de Heidegger o filósofo metafísico, ou seja, aquele que investiga a realidade, com base em uma compreensão acima das naturais, sensitivas e perceptíveis na realidade.
Grandes teólogos modernos foram influenciados diretamente pelo pensamento metafísico de Heidegger. Entre eles, destaca-se o nome do grande teólogo Rudolf Bultmann. Teve contato direto com Martin Heidegger em Marburgo, na universidade onde lecionou por certo tempo. Martin Heidegger viveu até 1976, onde morreu em maio daquele ano.

Análise pessoal
            Indubitavelmente, Martin Heidegger foi um grande filósofo do século 20, o qual, ainda hoje, serve como base de ideias para muitas pessoas que procuram especular sobre as realidades metafísicas. Tratando-se principalmente da filosofia metafísica de Heidegger, é possível perceber a sua importante influência nos pensamentos de grandes teólogos do século 20 e 21. Destaca-se o nome de Rudolf Bultmann, ressaltado anteriormente.
          A teologia de Rudolf Bultmann sempre partiu do princípio de que a realidade metafísica deve ser alvo de demonstração através das especulações humanas, que são, de fato, limitadas. O que o homem sabe sobre Deus não se torna nada daquilo que realmente ele é, ou seja, todo conhecimento possível parte de uma intenção subjetiva de construção, a fim de tentar, com palavras ou argumentos inteligíveis, argumentar sobre o mundo metafísico.
            Desse modo, como o próprio Bultmann ressalta, “o homem que deseja crer em Deus deve saber que não dispõe absolutamente de nada sobre o qual possa construir sua fé e que, por assim dizer, se encontra suspenso no vazio[1]” (BULTMANN, 2005, p. 66). Quer dizer que a especulação do metafísico é somente argumentação, não consegue atingir um nível de sensibilidade de concretude que se identifique plenamente com sua realidade factual.
            Esse tipo de ideia é influenciado pela especulação metafísica, onde as verdades que devem ser expressas e pensadas são as supranaturais, porém, sempre considerando a limitação das argumentações que possam ser feitas com relação a elas. Essas argumentações sempre partem do “ser” do “indivíduo”, do “ente”, e são capazes de serem expressas via suas próprias certezas, subjetivamente.
            A análise abrangente do ser, tanto para teologia quanto para filosofia, é relacionada em um mesmo sentido. Bultmann acreditava na construção subjetiva de uma narrativa sobre a fé em Cristo. Isso, em sua concepção, faz parte da tendência de atribuir valor ao ente na especulação (pensamento heideggeriano).



[1] BULTMANN, Rudolf. Jesus Cristo e Mitologia. 3ª edição, Novo Século, São Paulo, 
2005

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