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sábado, 22 de julho de 2017

O seu deus é o demônio do outro (da impossibilidade do ecumenismo)



1. O fenômeno religioso no mundo é multifacetado. Quase que, a todo tempo, os pormenores litúrgicos e doutrinários, os quais delimitam e nutrem a realidade sistêmica, empírica e devocional de determinado conjunto de fiéis, como se valem desse conteúdo diverso a fim de fundamentarem suas próprias convicções subjetivas e coletivas, não são hábeis o suficiente para se blindarem e não se tornarem alvos de questionamento de outro conjunto de indivíduos cujos detalhes de apropriação do sobrenatural fazem-se completamente opostos. 

2. É o mesmo que dizer: para cada experiência religiosa como também a cada grupo específico de pessoas que se baseiam nessas regras pragmáticas, todo conteúdo abrangido, que evidenciam os aspectos metafísicos da realidade, ainda que obscuros e intangíveis, são amplamente conjecturados como maneiras absolutas e contrapostas à diversidade apresentada por terceiros. 

3. "O seu deus é o demônio do outro".

4. Deve-se ao que chamo de "doutrina da anulação da oposição" a maneira absolutista de se propor cosmovisão, seja ambientada em um cenário natural como sobrenatural. Qualquer hipótese de abertura ao diálogo inter-religioso que, a depender de uma maneira compreensiva e intuitiva dos valores individuais do homem em relação ao Estado moderno de direitos sociais, sem se considerar as afirmações negativas da auto defesa dos vieses já consolidados, abrangentes da perspectiva defendida subjetiva e coletivamente por determinado grupo, extrapola o limite da tolerabilidade prática da construção da estrutura do argumento evidenciado pelo agente religioso.

5. Não se pode valer logicamente de afirmação e negação concomitantemente, tentando superar o campo da ditadura dogmática ao reafirmar a absorção do discurso democrático da observação metafísica. Não existe pressuposição na fundamentação/explanação catequética no momento em que delimita a realidade, associadamente, com conceitos positivos. O fato de se afirmar, categoricamente, que a explicação completa da vida em si está desenhada apenas na subjetividade do observador/indivíduo/fiel de determinada confissão ou credo, conseguintemente, elimina esses mesmos padrões do interlocutor. 

6. Tal campo de órbita tende a manter os padrões intactos para todos os lados. 

7. A característica multifacetada do conteúdo da reunião de todas as tentativas de balizamento da argumentação metafísica, a qual visa a refletir a maneira exata de explicar o mundo, evidencia-se apenas no agente direto, e mantém-se viva caso nutrida com a biológica capacidade de auto avaliação e absorção do discurso. Mas sempre servindo para todos. 

8. Talvez comece a avançar no sentido da recepção do diálogo ecumênico  a partir da desconstrução futura de toda característica histórica absolutista do conteúdo doutrinário/dogmático, que sustenta o mito em todas essas caras peculiares e, para tanto, fazendo-se uso contínuo da experimentação do afastamento das razões taxativas da "forma do crer"- que se mostram, quase sempre, clara nas entrelinhas dos fetiches diversos que compõem todo aparato consultivo da liturgia da fé. 

André Francisco

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