sábado, 28 de março de 2015

"Quem não tiver pecado atire a primeira pedra".




1. É bem verdade que a afirmação do título desse post se trata de um dos textos mais citados e conhecidos da Bíblia neotestamentária dentro dos círculos cristãos de pregação e reunião. Um texto que, em se tratando de citação, torna-se praticamente uma cláusula pétrea diante de situações atuais contextualizadas, que visam absolver diversos infratores espirituais de supostos crimes cometidos contra a moral, ética e espiritualidade santidade de deus.

2. No entanto, vale destacar aqui que todo o conteúdo dessa narrativa contracultural de Jesus, absolvendo a mulher adúltera mesmo diante de um flagrante delito contra a lei judaica, não se encontra em nenhum manuscrito antigo grego original do Novo Testamento cristão. Ou seja, todos os manuscritos que são usados atualmente para se traduzir e estudar a literatura do novo acordo a partir de fontes antigas e históricas não carregam em suas páginas tal narração. Aliás, no recente achado Códex do Vaticano, datado aproximadamente a cerca de 1700 anos atrás, nenhuma palavra da conhecida história está registrada. 

3. Como se não bastasse, outro texto extremamente conhecido, referenciado de Marcos 16, a partir do versículo 8, também não se encontra nesse documento. Ou seja, a descoberta logo levou os especialistas em textos antigos da literatura sagrada a desconfiar de sua originalidade. Alguns deduziram e sugeriram uma inserção posterior por mãos de tradutores ou redatores desses livros. Pensamento que possui, com clareza, certa coerência. 


André Francisco

segunda-feira, 23 de março de 2015

A virgindade de Maria, Mãe de Jesus



1. No texto original em hebraico de Isaías, capítulo 7:14, a palavra usada para se referir à mulher que seria mãe do Messias é “almah”, que ao pé da letra significa uma jovem que chegou à idade de se casar. 

2. No Novo Testamento, com a tradução dessas palavras para a língua grega, houve uma alteração do sentido do termo para “virgem”, ou seja, uma interpretação mais especificada.

3. Seria essa doutrina, a do nascimento virginal de Cristo, uma adaptação errônea derivada de uma interpretação incoerente de uma versão traduzida de uma língua para a outra de maneira negligente? Ou realmente essa discrepância de uma versão com relação a outra não influência em nada o dogma acima citado? 

André Francisco