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domingo, 14 de fevereiro de 2016

O consumo de bebida alcoólica na Bíblia



1. O consumo de bebida alcoólica não é proibido pela bíblia. Existem apenas algumas poucas recomendações quanto ao uso moderado, de acordo principalmente com o status do indivíduo, o local e o momento do ato. 

2. Por exemplo, os sacerdotes. Figuras emblemáticas e religiosas, que eram orientadas a beber com menos frequência, em especial, nunca antes ou no momento da realização dos cultos e dos rituais do templo. Juízes, profetas e reis também eram alcançados por tais recomendações específicas.

3. Em um contexto neotestamentário, os cristãos foram aconselhados a fazer o uso moderado, até mesmo em sua principal reunião e consagração: a eucaristia (ceia). Com a finalidade de evitar certos tipos de constrangimento causados pela extrapolação do consumo de bebida alcoólica e possíveis níveis de embriaguez nesse ambiente litúrgico. Paulo direciona enfaticamente aos membros da igreja da cidade de Coríntio essa regulamentação, pois teve de lidar com diversos problemas relacionados a um comportamento extravagante de alguns fiéis que se excediam na igreja.

4. A bebida mais comumente usada entre os judeus era o vinho, derivada da uva. Há poucos relatos do consumo de cerveja ou outras derivações (maça, tâmara, romã). Há consenso entre os especialistas do assunto de que qualquer tipo de vinho citado na bíblia para possuía certo teor alcoólico, ainda que uns menos (vinho) e outros mais (bebida forte). Haja vista que o método de pasteurização, criado por Louis Pasteur, ainda não existia. Aceita-se que os judeus pudessem beber o aclamado suco de uva por um breve período após a colheita (3 a 4 dias), já que não dispunham de refrigeradores e nem conheciam pasteurização. Após isso, necessariamente, devido aos processos químicos, fermentaria, tornando-se alcoólico. 

5. Diversas ocasiões bíblicas relatam personagens bebendo, ou até mesmo, em determinados casos, embriagando-se. Noé, Abraão, Davi, Salomão, Jesus, Paulo, Timóteo, etc. Parece clara a evidência de que o assunto não era polêmico. Sendo, em muitos momentos, tratado com naturalidade. Por exemplo, em destaque, o considerado primeiro milagre de Jesus em Caná na Galileia, onde houve a multiplicação de vinho fermentado no final da festa, promovendo a continuidade da comemoração entre os presentes. Entender tal texto aludindo à suco de uva foge completamente de seu contexto. 

6. Mais recentemente, com o crescimento da igreja protestante a partir do século 16, na Europa, posteriormente no novo continente, houve diferentes interpretações para o consumo de bebida alcoólica entre os membros da igreja, sendo algumas mais liberais e outras conservadoras. No Brasil, como o movimento evangélico foi formado, em sua maioria, com base na influência norte-americana, a tendência história e teológica foi a de marginalização da ingestão, seja em níveis exacerbados ou moderados. Tal teologia procurou subsistir a partir de diferentes explicações, sendo que, a mais aceita, é a que busca encontrar distinção entre os termos "vinho" e "bebida forte" na bíblia, relacionando com o conhecido "suco de uva" pasteurizado, com 0% de teor alcoólico. Como já visto, sem sustentação história ou teológica-textual. 

Deuteronômio 14, 26 
E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;

André Francisco



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