Uma noite a mais, todos querem diversão
Mandem avisar nas esquinas, gritem nos estádios
É sábado, e os deuses da folia estão à solta
Depois de uma semana trancados na rotina tardia e moderna
Insanos, incandescentes, atordoados e insensíveis
Felinos, fechados e filhos de uma puta mãe brasileira
Homens e mulheres que dizem se importar
Jovens ditos rebeldes de redes sociais
Na calçada grita um homem, desesperado de dor
Como se suas entranhas fosse recém-arrancadas
É um indigente, maltrapilho, fedorento, de nome Elias
Marxistas, cristãos, filhinhos de papais, rockeiros,
funkeiros, arruaceiros
Todos passam, olham e desprezam tal individuo de historia
duvidosa
E desconhecida
E naquele momento se percebe
Porque estamos fadados ao fim
Somos uma farsa
Revestidos em um manto
De amor e de beleza
Mas, é madrugada
E todos querem diversão e uma cerveja
Vamos então esperar o nascer do sol e seus primeiros raios no horizonte
Para que nossa consciência se aplaque
E para que todas as historias que nos contaram
Sobre um mundo bom e de esperança
Faça sentido mais uma vez
Afinal, independente de toda desgraça do mundo
temos um cama limpa e uma boa refeição nos esperando em casa
Para nós, esse é só mais um sábado de muitos que estão porvir
Pra outros, não
Rodrigo de Barros Mascarenhas
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