Mandrágora (quase em forma humana, um dos fatores dos mitos afrodisíacos) |
1. Em Gênesis 30. 14-16 ocorre um caso quase único na Bíblia Hebraica, excetuando-se um outro aparecimento, na mesma temática, em Cânticos 7.13-14. A atípica história, envolvendo Raquel, Lia e seu filho. E, também, outro pequeno elemento ainda mais importante da rápida trama, a mandrágora.
2. A mandrágora, cientificamente denominada Mandragora officinarum L., é um vegetal pertencente à família das Solanaceae. Conhecida na Idade Média como erva de bruxaria, rica em iosciamina, antropina e escopolamina- substâncias responsáveis por efeitos alucinógenos. Ela é famosa por supostamente apresentar algumas qualidades de natureza medicinal, tais como atributos afrodisíacos, alucinógenos, analgésicos e narcóticos. E seus atributos afrodisíacos, com certeza, eram conhecidos dos povos antigos, seja por experiência, a partir da experiência da utilização, ou por lenda.
3. No caso Bíblico, quando o filho de Lia voltou dos campos, portando mandrágoras, Raquel pediu-lhe: dai-me, eu as quero! Por dois motivos principais, o do suposto milagre afrodisíaco, amplamente divulgado; e o da real capacidade psicodélica (trip moderna), ou enteógena (santo daime). Com certeza, principalmente enteógena, haja vista os rituais de bruxaria e xamânicos que eram feitos a partir da utilização da conhecida "nam tar ira"- alteração de vocábulo assírio (droga masculina de Namtar), em grande parte do mundo antigo, destacadamente nas regiões onde a planta era cultivada com maior frequência (ver a diferença entre os alucinógenos psicodélicos, apenas, e os enteógenos).
4. A troca foi "justa". Raquel disse a sua irmã: que Jacó durma contigo esta noite, em troca das mandrágoras de teu filho. Lia aceitou, Jacó também, e o acordo foi feito. Em troca de uma trip enteógena, Lia coabitou com seu esposo. Raquel, então, ficou com as mandrágoras, e, com certeza, "viajou" a noite toda, esperando que, no outro dia, pudesse ser uma mulher fértil.
André Francisco
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