1. Quando se mistura política com religião, normalmente, faz-se a história se repetir, do jeito sombrio que ela já aconteceu, principalmente em se tratando de um ambiente Europeu, e outros também. Felizmente, não foi o caso da Prefeitura de São Paulo, não desta vez, pelo menos.
2. Russomanno, do PRB- partido liderado pelo bispo Marcos Pereira, da Igreja Universal do Reino de Deus- não foi feliz em algumas declarações que fez, dele mesmo, como aquelas com base na ideologia de seu partido, com respeito à Igreja Católica Romana. E por isso, em um ponto de vista, perdeu grande parte do prestígio que havia alcançado nas pesquisas que, até então, tinham sido feitas (tendenciosas ou não, o caso não vem aqui).
3. Uma vitória para a laicidade!
4. É sabido que, inevitavelmente, não haverá chances de se frear o crescimento da massa evangélica no Brasil- isso mostra as estatísticas mais recentes- como também em quase nenhum outro lugar do globo. E a tendência é a "massificada evangelicalização" da pátria amada, dissipando outros seguimentos e culturas religiosas, em grande escala. E será muito mais comum, aos olhos dos cidadãos, ver líderes e mais líderes-sacerdotes querendo "bedelhar" em assuntos que não lhe pertencem, teoricamente, mas que lhes são intrínsecos, na prática- somente as pessoas mais fideístas é que não percebem.
5. Hoje já se tem visto, em muitos lugares, como no caso de Russomanno em São Paulo, e da Igreja Universal do Reino de Deus, quando se propõe a desmoralizar outros seguimentos da fé cristã, principalmente o Romano.
6. Interessante, não tão distante, foi a declaração do bispo Marcos Pereira em um de seus artigos, dizendo que “precisamos salvar o Brasil e torná-lo um país verdadeiramente laico, completamente livre da influência da religião”. Ora bolas, a campanha de Russomanno foi patrocinada com o dinheiro de quem, se teve quase que exclusivamente o apoio da igreja da fogueira santa? Da religião, só pode! Afirmar a necessidade de se transformar o Brasil em um país laico, porém, quase simultaneamente, fazer declarações desmoralizantes a outros seguintes religiosos existentes, é contra-argumentação, retórica comprometedora. Ainda mais quando se utiliza o dinheiro dos fiéis para tais fins.
7. Eleger esse tipo de gente é reafirmar algo que historicamente já se sabe que não deu certo. Religião e estado, política, é tentar implantar uma teocracia, fundamentada em preceitos religiosos, quase que igualmente ao mundo muçulmano radical. O problema é que existem tantas igrejas e tantas interpretações do certo ou errado que, se for instalado um regime tal como o teocrático islâmico, não há sequer uma noção dos valores absolutos que serão utilizados como norma regente desse sistema. Não existe concordância nenhuma entre uma igreja a qual carrega um determinando nome e sua vizinha da frente.
8. E como poderá haver concordância ideológica no governo, apenas pelo recebimento da nomenclatura: somos todos evangélicos? Não funciona dessa forma. É sempre necessário repetir, não existe um povo evangélico no Brasil, porém, vários povos, várias etnias, culturas, liturgias, formas, faces, etc. Agora, usar o argumento da unidade massificada para detonar a religião alheia, e fortalecer o cabresto do eleitorado da praça da igreja, é crime ou deveria ser.
9. Russomanno perdeu voto, e consequentemente a eleição, por causa do cabresto com a religião, tipo escambo, a serviço do templo.
André Francisco
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