1. Quando crentes tradicionais ouvem ou leem alguma coisa a respeito de exegese histórico-crítica, logo desaprovam-na, demonizam-na, considerando esse material perverso e "liberal".
2. Em primeiro lugar, para começarmos a conversa, quase sempre, não sabem, ou confundem o que seria teologia liberal, quanto menos exegese histórico-crítica. Em suas mentes, essa tendência teológica- se é que assim posso chamá-la- é do diabo, vinda diretamente das profundezas dos infernos, judaicos ou gregos, por acharem que ela se opõe a tudo, e a todos, do produto sistêmico da religião de Jesus, que, no caso, é a igreja, a fé dogmática. Da mesma forma, aquela.
3. Considerando os primeiros raciocínios teológicos dos pensadores denominados, posteriormente, de liberais, não consigo dizer se sim, ou se não, no que se refere à oposição, quanto às tentativas de desvelar ou desofuscar o mito, removendo a tradição, expedindo-a para longe da análise que faziam.
4. Mas, mesmo se esses fossem os motivos iniciais da maioria da produção, o termo teologia "liberal" nunca seria cabal para significar esse momento histórico de criação acadêmica. Seria melhor o termo "teologia altruísta", vinda de descontaminados das paredes das catedrais, e filantrópos no estudo teológico.
5. Liberal é muito amplo, palavra que não tem capacidade de exaurir, com propriedade, tudo o que a envolveram. Ainda mais quando sendo citada por cabeças que a desconhecem, até mesmo em seus sentidos simples, e embrionários.
6. Em segundo lugar, esses tradicionais não procuram descobrir se a tida teologia liberal é honesta ou não. Se seus produtos são coerentes ou não. Se seus pensamentos teológicos possuem base científica, histórica, e textual, mesmo. Falar é muito fácil, mas abrir-lhes os livros, é bem complicado, trabalhoso.
7. Se não sei, não falo. Ou, se falo, quando não sei, considero "chutes". E "chutes", sei que podem ou não estar corretos. O que espero é que digam que são "chutes", quando dizem sobre os demônios rondantes das cabeças dos liberais, sem saber. E que, com isso, consigam ouvir e ler exegese histórico-crítica, sem preconceito, e sem confundi-la.
André Francisco
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