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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quando um texto é pregado erradamente (Eclesiastes 12,1)





1.Pode ser desanimador o fato de descobrimos que um texto que afirmamos ser uma coisa durante toda a vida é outra. No caso de Eclesiastes 12,1, essa máxima pode ser aplicada, tendo em vista as milhares de vezes que foi pregado indevidamente, principalmente em cultos direcionados ao público jovem, onde a retórica pelo temor e obediência a Deus chega a ser apelativa ao extremo, a partir do uso desse livro de sapiência. 

3. As pessoas leem, na Revista e Corrigida de Almeida, "Lembra-te do teu Criador, nos dias da tua mocidade...". 

4. É interessante que até letra maiúscula, caracterizando Deus na palavra Criador, aparece na tradução. Porém, no original hebraico, a palavra está no plural; isso mesmo!

5. A tradução correta, no caso, seria "criadores". O pregador desavisado, que gosta de achar a trindade divina em qualquer parte da Bíblia Hebraica e Grega, poderia sugerir o uso à doutrina, reforçando o conceito plural de Yaveh. Mas essa especulação, com certeza, seria abusiva e desprovida de sustentação gramatical e de vocabulário. 

6. "Lembra-te dos teus criadores, nos dias da tua mocidade", esse é o texto traduzido corretamente. Uma possível alusão aos pais que sustentaram e mantiveram o indivíduo nos dias de sua mocidade, pois o verbo 'bará', usado na tradução de Gn 1,1 como 'criou', pode significar "engordadores".

7. Aplicação coerente, pais, engordadores.

8. Espero que quem leia essa postagem nunca mais diga que é Deus em Eclesiastes 12,1. Isso é questão de honestidade. 

André Francisco

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Meu lamento àqueles que acreditam que se trata de demônio





1. Mais uma tragédia aconteceu no Brasil, em se tratando de crimes chocantes. O garoto Marcelo Pesseghini, 13, é suspeito de ter matado quatro membros de sua família, inclusive pai e mãe, com tiros na cabeça, na zona Norte de São Paulo.

2. É perceptível que todas as vezes que ocorrências como essas aparecem diante de nossos olhos, principalmente destacando o aspecto místico e altamente supersticioso da sociedade brasileira, algumas tentativas de explicação naturalmente sobressaem-se. É mais nítido ainda o fato de que a igreja posiciona-se com a "resposta" que julga ser a mais exata, imediatamente, atribuindo casos como esse aos textos apocalípticos de sua literatura de fé, como também fazendo referência à demônios e suas ações no mundo físico, que é tido como o da "última hora", do "estopim".

3. Diante de um momento delicado tal como este, tanto para qualquer simples comentário a respeito, também para as autoridades que estão trabalhando proficuamente na resolução do caso, percebe-se que conclusões e respostas prontas, místicas ou de perícia especializada, não são benquistas, definitivamente. No entanto, já notei que certos indivíduos estão atribuindo esse infortúnio criminoso à possessão demoníaca e cumprimento da "palavra apocalíptica".

4. Acredito que há extrema deficiência nessas considerações preciptadas e completamente deslocadas do campo da prova, do experimento, do teste e laudo técnico. Não há situação mais constrangedora do que se afirmar que houve atividade maligna de apenas um seguimento religioso, no caso, cristianismo evangélico (considerando que o Catolicismo Romano não faz referência direta nem midiática blicas), na vida dessa família brasileira, principalmente do menino Marcelo. Primeiro, porque nada foi provado ainda. Segundo, que n motivos concretos serão investigados com seriedade, de maneira específica, descartando-se, assim, retóricas que se fundamentem em previsões e conceitos metafísicos. 

5.  Penso que está na hora das pessoas que acreditam em uma realidade além dessa física e material colocarem-se em seus devidos lugares, no campo da suposição, da fé, da emoção, crença, crendice, etc. Caso contrário, a cada dia que passa, a sensação é de que o Brasil caminha para um sistema de mídia e política da Idade Média, onde qualquer questão era tratada e averiguada a partir dos olhos dos conceitos doutrinários vigentes, ou seja, da máxima religiosa da massa. 

6. O Brasil, um dos países com maior número de evangélicos no mundo, já sente essa aproximação de suas estruturas governamentais daquela da mística e opinião religiosa. É claro que, por se tratar de um país onde há liberdade de expressão, qualquer pensamento nessa tênue linha é protegido pelo direito do Estado Democrático. Porém, o que me causa preocupação é que uma coisa parece que prossegue para a dependência da outra. Unidas dessa forma, indissolúveis, só nos resta abraçar novamente a Idade das Trevas.

7. Triste realidade para nossos descendentes, que, inevitalmente, aprenderão que o sol é quem gira em torno da terra!

8. Meu profundo lamento àqueles que acreditam que foram demônios. 

André Francisco

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