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DIÁLOGO ABERTO, O ORIGINAL, é um espaço interativo cuja finalidade é a discussão. A partir de abordagens relacionadas a muitos temas diversos, dos mais complexos aos mais práticos, entre teologia, filosofia, política, economia, direito, dia a dia, entretenimento, etc; propõe um novo modo de análise e argumentação sobre inúmeras convenções atuais, e isso, em uma esfera religiosa, humana, geral. Fazendo uso de linguagem acessível, visa à promoção e à saliência de debates e exposições provocadoras, a afim de gerar ou despertar, em o leitor, um espírito crítico e questionador.

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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Papai Noel X Jesus! E o 25 de dezembro!



1. O Natal está chegando, e junto dele, as cobranças feitas por muitas igrejas, acerca da obrigatoriedade exclusiva que seus membros têm de se lembrarem do nascimento de Cristo, e de valorizarem apenas o dia do aniversário do Redentor, e de não se comprometerem, ainda que apenas mentando, com outras personagens tradicionais dessa data comemorativa, como por exemplo, o Papai Noel e seus trenós.

2. Sob dois argumentos principais, justificam tal imposição. O primeiro, de que 25 de dezembro foi o dia histórico do nascimento de Jesus- isso para muitas comunidades. Segundo, a afirmação de que o Papai Noel tem tomado o espaço que não é propriamente seu, com suas lendas e boa ações. Fazendo com que a ênfase que deveria recair sobre o Cristo, fomentando naturalmente o prestígio que lhe é devido, em sua exclusiva data, se esvaia a cada ano.

3. Confesso que não tenho nada contra a comemoração do Natal, seja na perspectiva que for. Ou seja, sendo a ênfase maior dada ao Cristo ou ao Papai Noel, para mim, tanto faz. O importante, ao meu ver, é a realização das coisas boas que vêm adjungidas à festa, em seu sentido ocidental principal, que é a caridade, o amor, a reunião familiar, a compartilhação, a solidariedade, o feriado, e outras mais.

4. No entanto, não posso aceitar que o argumento utilizado, a qual fomenta a ideia acerca da necessidade de se comemorar exclusivamente o Natal junto à personagem Cristo, seja defendido a partir de especulação histórica, sob a justificativa de que o seu nascimento ocorreu exatamente no dia 25 de dezembro, por isso deve ser festado. Isso se compara a rubricar um atestado de desonestidade histórica, documental, racional, intelectual, acadêmica, de altíssimo grau de sofrimento.

5. Pois, em primeiro lugar, no início, o cristianismo não tinha uma data exata para o nascimento de Jesus, isso é consenso entre historiadores. As comunidades primitivas, de diversos lugares, celebravam em diferentes datas. 25 de dezembro foi adotado oficialmente no século 4 porque nesse dia os romanos já comemoravam uma festa importante, a Natalis Solis Invicti, ou "Nascimento do Sol Invencível". Era uma comemoração pelo solstício de inverno, o dia mais curto do ano. Depois do solstício, como os dias ficam cada vez mais longos, existia um sentido florescente na festa, uma celebração pela vida. 

6. Logo, virou tradição associar o nascimento de Cristo, considerado a luz para os cristãos, com o 25 de dezembro, data comemorativa romana. Então, desvelando-se a história, percebe-se que Jesus não nasceu nesse dia, ninguém sabe, por enquanto, quando o Nazareno veio à vida. Não existe documento que diga exatamente o dia, apenas supõe-se o ano 4 a.C, por algumas razões importantes, mas o dia, não. 

7. Já o bom velhinho nasceu fundamento na figura histórica de São Nicolau, com suas lendas, obviamente. Antigo bispo cristão que fazia boas ações às pessoas no século 3 d.C. Transformou-se bastante ao longo do tempo, principalmente, em se tratando de sua roupa e forma física. Mas, atualmente, é aquele que todos conhecem, velho de barba esbranquiçada e com barriga avantajada, de vermelho, branco e preto (a Coca-Cola que o diga). A cada dia vem tomando espaço na cultura ocidental, ou já está estabelecido, no Natal, seja para fins comerciais, como em outros aspectos. 

8. Desse modo, penso que o importante não é a disputa das figuras, mas o sentido positivo e cultural delas. 

9. Tomara que os fundamentalistas consigam praticar "ecumenismo" ao menos no Natal, e que possam deixar o desnecessário imbróglio de lado. 

André Francisco


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Foi Deus quem afundou o Titanic, com ele não se brinca!





1. Recentemente, vi em meu mural do Facebook a imagem acima, postada, logicamente, por algum evangélico. Ela está fundamentada na suposta afirmação histórica de que o dono, ou construtor do Titanic, havia dito, quando uma repórter lhe interrogou acerca da segurança do navio, antes do início de sua única e primeira viagem, a frase seguinte: "filha, nem Deus poderia afundar esse navio". 

2. Pois bem, a ideia que se sustenta popularmente é a seguinte: Deus não gostou da suposta afirmação arrogante do construtor, e, a fim de provar sua soberania, e que com Ele não se brinca, justificando a falta de senso de humor,  pôs um iceberg no Oceano Atlântico, às 23:40 horas do dia 14 de Abril, bem à frente do navio, com um único objetivo em mente, vê-lo bater, cortando parte do casco a estibordo, para que a água extremamente gelada daquela noite de baixa temperatura pudesse invadi-lo, a fim de afundá-lo e consequentemente matar 1523 pessoas, entre recém-nascidos, crianças, jovens, adultos, idosos, das 2240 que estavam a bordo. 

3. E foi bem isso que aconteceu, como pensa o evangélico que, na verdade, não pensa. 

4. Agora, vamos imaginar, segundo essa teoria vingativa, a reação de Deus nas aproximadamente três horas e meia de puro desespero e terror que sofreram as pessoas presentes naquele evento catastrófico. 

5. Sentado em seu alto trono celestial, às 23:40 horas, como anteriormente dito, deu o primeiro sorriso, com a afirmação do construtor do navio em mente, enquanto o casco era rasgado pelo choque com o iceberg. Às 00:05 horas, do dia 15, quando a maioria dos passageiros foi avisada do acontecido, pelo capitão Edward Smith, o soberano pensou consigo mesmo: "podem levantá-los, não adiantará nada, comigo não se brinca. 1523 vão morrer, independentemente daquilo que vocês façam". 

6. Os passageiros da terceira classe, como estavam, no momento do choque, reunidos no grande salão da terceira classe junto à popa (parte de trás do navio), foram os primeiros a se desesperarem e serem atingidos pelas águas. Alguns se aventuraram, correndo por entre os labirínticos corredores inferiores, mas sem resultados positivos. Muitos deles, antes mesmo dos primeiros botes salva-vidas, às 00:31 horas, serem colocados no mar, já tinham sido afogados (lembrem-se, incluindo milhares de crianças, idosos, deficientes, e outros, principalmente, em se tratando da terceira classe). 

7. Às 01:25 horas, a inclinação do convés ficou maior, tornando-se necessário que os botes fossem preenchidos com mais pessoas. Mesmo assim- lembram-se do filme, de 1997?- muitos não foram enchidos com a capacidade real que possuíam, mas, por falta de humanidade, ou por questão apenas de desespero, saíam com o limite abaixo do esperado, impossibilitando de salvar muitas outras pessoas. Desse modo, às 02:05 horas, o último bote foi arriado, ocupando 44 lugares, não dando nenhuma chance de salvamento para as outras milhares que restaram. Entre às 02: 15 e 02: 20 horas, a pressão da popa aumentou cerca de 10%, não suportando o peso da água, causando o rompimento. Ela despencou em direção à água, e esmagou milhares que estavam por baixo dela, como formiguinhas (acho que Yaveh deu um pulo e gritou: "isso! É assim mesmo que eu quero que aconteça".) 

8. Às 02:18 horas, a popa subiu e ficou parada por pouco tempo, depois de alguns segundos, começou a descer até o fundo do oceano, arrastando com seu peso muitos indivíduos que, nesse momento, tentavam nadar em busca de sobrevivência. 02:20, o navio desceu a pique pelas profundezas. 

9. Pronto, resolvido, Yaveh havia se vingado, vencido mais uma. Ainda lá do céu, deu uma risada sarcástica, estufou o peito, e gritou, "comigo não se brinca!". Os anjos, os anciões, os querubins, os serafins, e outros seres, baixaram suas cabeças, e disseram: "verdade, justo e poderoso é Yaveh!". 

10. Voltando ao Atlântico, ainda havia restado algumas pessoas, as que não tinham sido esmagadas pela queda da popa, as que ainda não tinham se afogado, e as que não tinham sido arrastadas pelo peso da descida do navio. Porém, Yaveh providenciou um fim especial para esses, os tubarões, e a hipotermia. Ou seja, alguns foram despedaçados, viraram um lanche especial de madrugada dos tubarões, e outros, tornaram-se picolés, iguais o Jack do filme. 

11. Vingança concluída, a suposta frase do construtor havia caído por terra, e Deus havia provado duas coisas: que existe, e que com ele não se brinca. 

12. Acho que seria melhor para a humanidade se o soberano resolvesse provar sua existência da seguinte forma: eliminando a violência, a fome, a guerra, a corrupção, a dor, resolvendo os problemas sociais do mundo. Há poder para afundar o Titanic, não há? Então, há poder para tais resoluções. Chama-me atenção, também, a falta de consideração à vida humana pelos evangélicos que se deliciam diante de afirmações como a da figura supracitada, popularmente aceita, sem reflexão e crítica. E tudo isso, a fim de defenderem a imagem de sua divindade, a mesma que no domingo à noite salva, e esboça amor, mas em 14 de abril de 1912, matou e exterminou milhares por vingança. 

13. Alguma coisa está errada nessa imagem. 

André Francisco


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Como tratar a mulher segundo a Torá, Lei Mosaica

1. Segue-se um esquema a respeito de como a mulher deve ser tratada segundo a Torá, Lei Mosaica, veterotestamentário, principalmente, em se tratando de sexo e casamento. 

2. Obviamente que se algum deputado esboçasse um projeto de lei semelhante, hodiernamente, seria considerado, corretissimamente, como insano, desprovido de qualquer senso de ética, moral, e respeito ao ser humano. 

3. Veja: 




4. Mas é Bíblia, deve haver algo de santo nisso, não é? 

5. Não concordo com isso, mesmo! 

André Francisco

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Era uma vez no México e eu estava lá.


Era uma vez no México e eu estava lá. No dia seguinte, pegaria um ônibus em direção há uma terra desconhecida, chamada São Marcos, situada em um estado provinciano, conhecido pela sua boa moqueca de peixe e pelas suas belas mulheres. Difícil saber o que estava pensando, mas poderia dizer com facilidade às sensações que me advinham naquele momento especial, especial porque apresentava uma fuga da rotina, a vivência de um momento novo e belo, de descoberta, de aventuras, de novas amizades e relacionamentos. Era algo como um medo dos fatos que poderiam acontecer, os desfechos finais da pequena história e da esperança que eu tinha de que tudo aquilo seria perfeitamente tranqüilo e bom, trazendo paz. Mas toda essa bela intuição, apavorante e curiosa, vinha do meu real objetivo que me levava àquelas terras, a bela Maria Luiza, amiga de uma prima minha, que havíamos nos conhecidos através de cartas por intermédio de uma foto que me despertara a curiosidade de conhecer pessoalmente aquela moça de boa aparência e de bons procedimentos, conforme fontes haviam me dito.

Já no ônibus, que estava lotado, naquele dia de sábado, 9 de novembro de um ano em que todos diziam que o mundo iria terminar, com pessoas de vários lugares indo há todos os lugares, sentei – me, cansado, após um longo dia de estudos, em uma poltrona ao lado da janela que dava para uma bela vista das pradarias e dos campos abertos, trazendo para mim um ar fresco e revigorante. Observava a paisagem, enquanto as pessoas sentadas nos assentos ao meu derredor conversavam sobre as futilidades da vida, quando uma senhora que estava ao meu lado me chamou a atenção sobre um viajante que estava causando certo “incomodo” aos viajantes de forma inusitada: Roncando bem alto para todos ouvirem. Demos boas risadas e ficamos ali, eu e Almira, senhora de gentil aparência, com cabelos pretos e uma voz estranha, trocando experiências e historias de lugares que passamos e situações que tínhamos vivido, Quando de repente ela me pergunta qual era o motivo de minha visita á São Marcos.

Não queria mentir, a conversa era sincera, precisaria dar uma resposta à altura, poderia ser qualquer resposta, mas não descreveria de fato o motivo real de minha ida aquela singela cidade. Descrevi toda a situação, falei – lhe de Maria Luiza e do que havia ocorrido, mas antes contei – lhe o que esperava de tudo aquilo. Disse-lhe que já havia conhecido várias mulheres, de todos os jeitos, belezas, maneiras de pensar, modos de agirem, todas elas únicas de algum jeito, mas que possuíam muitas semelhanças em comum e nenhuma delas, ou “quase” nenhuma delas, haviam me despertado um desejo maior de transitar dos encontros eróticos, das conversas sedutoras e dos jogos entre os sexos, para o sentimento de algo único, que precisava se firmar, de se transformar em uma formidável paixão, um relacionamento forte, uma troca de amores, uma amizade real, um fogo que consome não apenas o corpo, mas também o espírito; e disse a Almira que diante daquilo tudo, não havia mais sentido em viver da forma que estava vivendo, precisava de um sentimento verdadeiro para dividir com algo verdade, ou alguém verdadeiro. Estava indo nesse objetivo, guardado só para mim, trancado debaixo de sete chaves, mas compartilhado com uma viajante que talvez nunca mais encontrasse novamente. E se foi Almira.

Quando cheguei á São Marcos, fui direto a uma hospedaria singela aos arredores de uma praça, uma igreja chamada “velha” e de alguns bares e botecos barulhentos que davam vida aquela cidade, mal havia me hospedado quando me lembro do horário marcado com Maria Luiza para o nosso encontro e de que estava quase atrasado, sai às pressas e fui ao local combinado, onde ela já me aguardava, dentro do carro branco de sua avó, chamada Ana, quando me viu, saltou do carro e veio me ver, me deu um abraço, nos beijamos amigavelmente e rimos, dizendo aquele velho “prazer em te conhecer”. Daí, saímos, conversamos, falamos besteiras, conhecemos um pouco da cidade, os locais mais importantes, conversei com a vovó Ana, que por sinal era uma simpática e alegre Senhora, muito moderna para sua época. Depois fomos para sua casa, onde ficamos sentados ao sofá com a inspeção de Ana, conversando como casais á moda antiga, nos conhecendo melhor, depois de tantas cartas trocadas e de tantos assuntos confidenciados um ao outro, o clima estava realmente agradável. Voltei a minha hospedaria, acompanhado por vovó e no dia seguinte retornei a casa de Maria Luiza, com meu cavalo alugado por um simples fazendeiro daquelas terras chamado Daniel, para me despedir e almoçar com ambas as mulheres que moravam sozinhas, sem companhia masculina.

No auge daquela conversa, sentados no sofá, num domingo á tarde, com tempo nublado e clima de confinamento no melhor que o conforto de nossa casa pode oferecer, declarei para Maria Luiza, as minhas intenções, em parte (Não havia dito á ela, da mesma forma o que disse a Almira, na conversa no ônibus) e lhe pedi um beijo, como uma forma de selar um pacto de amizade com “intenções” entre nós dois, e possibilitar futuras idas minhas á São Marcos, mas antes de dizer a sua resposta, gostaria de falar um pouco sobre Maria Luiza. Era uma moça jovem, na beira de seus 15 anos, seus cabelos loiros combinavam com o tom de sua pele branca, bem branca e os seus belos olhos verdes que transmitiam profundidade no olhar e nos gestos de suas palavras. Maria Luiza era uma menina espontânea, sem papas na língua, gostava de dizer, agir e se comportar como bem entendesse diferentemente do que os outros poderiam achar ou pensar dela. Sua intuição aguçada sobre as coisas eram bem disfarçadas pelo seu modo despretensioso, sonso e alegre de agir, era uma menina de grande coração, com boas virtudes, que poderia dar todo o seu amor á uma pessoa, desde que essa lhe demonstrasse a sinceridade das suas atitudes. Ela era daquelas que possuía seu pai como herói, amava sua família, mas não fazia o tipo da moça certinha que andava sempre de acordo com as regras e nada fazia de errado, pelo contrário, adorava aventuras, ao seu estilo e não desperdiçava uma boa oportunidade de ser feliz, pelo menos até esse dia, se assim eu posso dizer, no meu olhar das coisas. Disse-me Não ao meu pedido, fiquei confuso, ela me explicou os seus motivos, mas não conseguia aceitar sua resposta em que dizia em que ela “não era assim”, ou seja, não beijava “desconhecidos” quando os conhecia pela primeira vez.

Aquele dia me despedi de Maria Luiza com o coração apertado, estava indo embora de sua casa quando disse “você perdeu uma boa chance de aproveitar o momento”, sabia que não era assim, mas tinha que dizer.  Talvez nos encontremos novamente, talvez não; talvez iremos contar muitas historias um ao outro novamente, olhar nos olhos mais uma vez, darmos boas risadas e beijarmos finalmente, como dois jovens sinceros e belos, que preferem os romances á moda antiga, da forma que tem que ser, com todas as dificuldades, os desarranjos, mas com todas as alegrias e afetos verdadeiros que tudo isso pode proporcionar.

E eu como um bom marinheiro, sigo na minha trajetória pelo México afora, em breve pegarei minha embarcação em um de nossos mares afrodisíacos e navegarei por esses mares, em busca de sentido, esperando um bom, belo e seguro porto, onde poderei finalmente ancorar o meu coração, pondo fim, pelo menos temporariamente, a toda essa odisseia que tem me cansado e me tirado o sono, por muitas noites.

Creio que por esses dias a moça a quem dedico esse breve relato, irá fazer mais uma primavera de existência, contudo, como estou em alto mar, jogarei esse texto em uma garrafa nas águas, com a esperança que os bons ventos e as ondas á levem até o seu destino, a gentil cidade de São Marcos.

(Uma carta de um Marinheiro mexicano destino á bela Maria Luiza)

Por Rodrigo de Barros Mascarenhas

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Disse Jesus: Eu sou lucifer!



1. Ocorreram muita tradução e interpretação esdrúxulas de textos da Bíblia Hebraica. Quase sempre, graças aos seus intérpretes alegóricos e amplamente tendenciosos à defesa do dogma independentemente da transparência. Analisa-se a seguir um dos casos históricos, político-religiosos, mais desonestos que já vi à exegese, tradução e interpretação textual. 

2. Isaías 14.4 narra uma profecia contra a queda da Babilônica e seu rei, provavelmente Nabucodonosor. Gênero que se constitui literariamente como uma parábola, provérbio ou sátira (v.4). Veja: "proferirás esta parábola contra o rei da Babilônia, como cessou o opressor, como cessou a tirania" (ARC). Ou, "este provérbio contra o rei da Babilônia..." (ACRF); "usarás esta parábola..." (SBB); "cantarás esta sátira contra o rei da Babilônia..." (VC).

3. É importante delimitar o significado de parábola, provérbio e sátira respectivamente.

4. A primeira, constitui-se em um ato de "comparação desenvolvida em pequeno conto, no qual se encerra uma verdade, um ensinamento. Trata-se de uma história curta cujos elementos são eventos e fatos da vida cotidiana". A segunda, é uma máxima popular que expressa uma verdade, tanto real quanto figurada. A terceira, é o uso da ironia ou do sarcasmo para atacar algum comportamento humano. Constitui-se um gênero bastante utilizado nos teatros, na literatura, no cinema, entre outros. A partir dos significados dessas palavras em português podemos concluir que Is 14.4 e, consequentemente, o restante do capítulo, referem-se ao rei da Babilônia de maneira alegórica, fazendo comparações com a queda de seu reino com elementos bastante pertinentes à cultura local das margens do Eufrates. 

5. É possível notar que todas as comparações feitas são alegóricas enquanto no texto pelo próprio autor. Ou seja, a intenção do rei em subir acima do trono do Altíssimo (לְעֶלְיֹֽו) (v. 13), a afirmação de que ele caiu dos céus (v. 12), a sua inserção no sheol (v. 16), etc. Uma mais especial é a nomeação do monarca com a expressão hebraica הֵילֵ֣ל בֶּן־שָׁ֑חַר (heilel ben-shachar), traduzida, na maioria das versões Bíblicas em língua portuguesa, por "estrela da manhã", "estrela d'alva", "estrela matutina", "planeta Vênus". Também a expressão ben-shachar (בֶּן), que seria "filho da manhã" ou "filho da aurora". A partir das traduções dessa palavra em hebraico para a versão dos Setenta (Septuaginta), da alegorização da Bíblia Hebraica por Orígenes e, posteriormente, do lançamento da Vulgata Latina por São Jerônimo (385 d.C?), surgiram os principais problemas hermenêutico-exegéticos desses textos envolvendo até uma personagem nunca mencionada neles diretamente, sha'tan (Satã ou Satanás; שָּׂטָ֔ן). 

6. Primeiro é necessário analisar a Tradução dos Setenta. Nela a expressão hebraica heilel ben-shachar, הילל בן שחר, de Isaías 14.12, foi traduzida por Ἑωσφόρος (Heōsphoros), que na mitologia grega é a palavra usada para nomear, de maneira personificada, o planeta Vênus, conhecido como "portador de luz", "estrela brilhante", "estrela da manhã", da "aurora", "matutina". Às vezes, via-se seu uso  Φωσφόρος (phosphoros) para referi-la, personificadamente. Mas no caso em análise, não foi usado este, porém, aquele. Na Septuaginta utilizaram-se dessa palavra grega, semanticamente possuída de sentido comum à época, destaque à "estrela da manhã", Ἑωσφόρος (Heōsphoros), astro cheio de luz, planeta Vênus, visível a olho nu, que é mais brilhante do que qualquer outra estrela do céu. Até no Novo Testamento aparece, não pela Septuaginta, obviamente, na segunda carta atribuída a Pedro, 1.19. Nesse contexto, φωσφορος é traduzida por "estrela d'alva" (ARC, ARIB, NVI, SBB).

Vênus refletida no Oceano Pacífico. 


7. Segundo, ainda em se tratando de tradução e não interpretação, seja alegórica ou não, temos a Vulgata Latina, versão de São Jerônimo, do grego da Septuaginta para o latim, em 385 d.C, provavelmente, a pedido do papa Dâmaso. No Isaías 14.12, Jerônimo traduziu a palavra grega Ἑωσφόρος (Heōsphoros) pela palavra latina lucifer (lux, lucis, que significa "luz"; e ferre, que significa "portar", "levar"). O nome lucifer em latim atribuía-se à "estrela da manhã", "d'alva", "matutina", Vênus, em suas aparições matinais, como na foto acima. O padre também traduziu o Novo Testamento e, em 2 Pedro 1.19, usou o termo lucifer, novamente se referindo à "estrela d'alva", como o sentido da palavra indicava, provavelmente, aludindo-a a Jesus ou à graça. Veja: 

"...e a estrela d'alva surja nos vossos corações". 2 Pedro 1:19 (ARC)
"...e a estrela da alva nasça em seus corações". 2 Pedro 1:19 (NVI)
"...et lucifer oriatur in cordibus vestris". 2 Pedro 1:19 (Vulgata Latina) 


Jerônimo utilizou a palavra lucifer, também em sua derivação luciferum, em alguns outros textos, porém, semanticamente, com significados aproximados. Por exemplo, em Jó 11.17, como "manhã" ou "aurora": 

"...ainda que haja trevas, será como a manhã". Jó 11:17 (ARC)
"...consumptum putaveris orieris ut lucifer". Jó 11:17 (Vulgata Latina) 


Em Jó 38.32, traduziu a palavra hebraica מזרות (que significa "constelações")


"Ou produzir as constelações a seu tempo, e guiar a Ursa com seus filhos?Jó 38:32 (ARC)
"numquid producis luciferum in tempore suo et vesperum super filios..." Jó 38.22 (Vulgata Latina)

Também no Salmo 109 (110), traduzindo a palavra "aurora" ou "alva":


"...nos ornamentos de santidade, desde a madre da alva". Salmos 110:3 (ARC) 

"...in splendoribus sanctorum ex utero ante luciferum genui te..." Salmos 109: 3 (Vulgata Latina) 




Pode-se concluir, com facilidade, que a palavra foi largamente usada para nomear a "estrela d'alva", "da manhã" na maioria dos casos, substituindo o termo grego Ἑωσφόρος (Heōsphoros), principalmente em se tratando do texto de Isaías. 

8. No entanto, no ínterim entre a criação da versão grega da Septuaginta e a versão latina da Vulgata de Jerônimo, surgiu um teólogo bastante renomado da igreja chamado Orígenes, (século 3). Grande intérprete das Escrituras, adepto declarado ao método hermenêutico-exegético de Fílon de Alexandria, ou seja, altamente alegórico. Esse indivíduo foi um dos primeiros teólogos cristãos a interpretar Isaías 14.12 como sendo uma referência a Satã. Junto com Tertuliano (final do século 2), que interpretou Satã como o querubim do éden de Ezequiel 28 (texto que faz referência explícita, alegoricamente, ao rei de Tiro, e não a sha'tan; Ez 28.2). 

9. Orígenes alegorizou um texto que já possuía caráter literário de alegoria, como visto anteriormente. Uma segunda comparação, identificando, sem ainda o termo lucifer sequer existir (destacando que só veio à existência com a tradução da Vulgata Latina, no final do século 4 d.C), a "estrela da manhã" de Isaías 14.12 como uma referência oculta a Satã. Escreveu em "Ezekiel Opera", iii, 356): 

"Satanás, príncipe dos demônios, e que era a coroa da beleza do Paraíso, a estrela da manhã, é agora o príncipe deste mundo, cuja liberdade Deus respeita. Não pode exercer nenhum poder sobre aqueles que o rachassem".


10. O problema da interpretação da queda de Satã, interpretada alegoricamente por Orígenes, posta no texto de Isaías 14.12, é o assemelhamento que fez, misturando o sentido histórico do texto, que era ao rei da Babilônia, em sátira; o sentido da palavra הֵילֵ֣ל, "estrela da manhã", que passou a ser entendida como uma aplicação a Satã; e também, a partir do lançamento da tradução da Vulgata, que a chamou de lucifer. Pois, "estrela da manhã", que é lucifer em latim, como exposto anteriormente repetidas vezes, não pode ser entendida como uma referência direta a Satã, não mesmo! Orígenes estava completamente influenciado pelo seu método hermenêutico ao usar esse tipo de aplicação.

11. Por exemplo, em Apocalipse 22.16, Jesus disse, em versão portuguesa (ARC), o seguinte: 

"Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã". Apocalipse 22:16 (ARC) 



Como método de Orígenes se propagou na teologia da igreja patrística, e "estrela da manhã", traduzida por Jerônimo como lucifer, no texto de Isaías 14.12, passou a ser entendido como nome próprio de Satã antes da queda do céu, e o próprio texto referido visto como uma aplicação espiritual, entrelinhas, a esse personagem maligno; o criador da Vulgata não usou lucifer para a frase dita por Jesus, no Apocalipse, destarte não convinha. Porém, o sentido do uso em grego, e em português, posteriormente, é o mesmo de Isaías, apenas se referindo a Vênus, à estrela que brilha, só isso, não Satã. Jerônimo traduziu Apocalipse 22.16 assim: 

"Ego Jesus misi angelum meum testificari vobis hæc in ecclesiis ego sum radix et genus David stella splendida et matutina" (Vulgata Latina) 



No lugar da palavra lucifer, que até então era usada tranquilamente para se referir à estrela, ele utilizou "stella splendida et matutina". Semanticamente, é a mesma coisa. Pois, a frase "stella splendida et matutina", em latim, pode ser resumida em uma palavra, lucifer. O significado semântico é o mesmo, histórico, mitológico, cultural, natural. Mas por que não usou? Talvez porque o significado teológico já havia modificado plenamente as estruturas das palavras. Em sua época, como supracitado, devido a influência de Orígenes, o termo lucifer já tinha dono e não era Jesus. 


12. No entanto, o que o autor de Apocalipse escreveu poderia ser muito bem traduzido por "Ego Jesus sum lucifer", daria na mesma, se não fosse o imbróglio que os alegóricos fizeram anteriormente, incluindo significados em textos que nunca foram escritos com tais intenções. Por isso, "Disse Jesus: Eu sou lucifer" é possível, semanticamente plausível. Mas infelizmente, "estrela d'alva" passou a ser outro ente. 



André Francisco


Da moral cristã à ética cidadã: um longo caminho


Os cristãos, como exemplo de cidadania, é um objetivo a se alcançar. Por várias e várias décadas, a teologia popular cristã tem se apegado ao moralismo exacerbado,  fraco e doentio, a fim de estabelecerem um diferencial entre igreja x mundo, santos x pecadores, salvos x perdidos. Aquela velha dialética cristã. É tanto que hoje os cristãos são conhecidos por não ouvirem músicas do “mundo” (devem somente ouvir música do céu), só transarem após o casamento (em tese), não beberem, não fumarem, não irem à balada e vestirem roupas cafonas. Uma moral superficial que os identificam como cristãos, “evangélicos” ou “gospel” (derivado da conotação norte-americana para a designação dos cristãos reformados), e assim, temos então a formação de uma identidade social.
Infelizmente, no Brasil hodierno, desfrutamos dessa triste realidade. Recentemente, ocorreram boatos de que  Renato Aragão, o “Didi”, lançaria um filme que se intitularia o “Segundo filho de Deus”, no qual ele mesmo se passaria por um filho substituto de Jesus Cristo, a fim de realizar a missão do Pai no mundo, pois o Messias original haveria “falhado” em sua missão de resgatar a humanidade. S.O.S. Evangélicos atordoados, entupindo timelines de facebook’s e redes sociais com post’s de indignação pela "profanação" do dogma sagrado e da pessoa divina de Jesus Cristo.
O interessante é que esses mesmos evangélicos, tão indignados pelo boato de um “possível” filme (que foi desmentido pelo próprio Renato Aragão), não estão nem um pouco preocupados com a situação sócio-política do país em que vivem, com os desdobramentos dos casos de corrupção política no Brasil, com a falta de políticas públicas em prol da melhoria de vida dos oprimidos e das classes menos favorecidas. Não se preocupam em pagarem altos impostos aliados a péssimos serviços governamentais na área da saúde, da educação, da assistência social, do acesso à renda. Quase sempre, não se preocupam com crianças que passam fome e pedem esmolas nos pontos de ônibus, nos sinais de trânsito, nas esquinas dos bares ou nas portas das igrejas e muito menos com os mendigos ou favelados que vivem em condições subumanas.
É claro que essa denúncia soaria como um preconceito, considerando que essa é uma atividade de todos nós cidadãos, não apenas dos evangélicos, mas essa é a questão em pauta. Um grande erro da teologia popular, sacerdotal (das pregadas nos púlpitos) é o selecionamento de textos que lhes convém para a manipulação coletiva de um modo não perceptível. Pegue-se meia dúzia de ideologias, dogmas e mandamentos divinos e far-se-á um exército de fiéis semióticos dispostos a quase tudo. Os textos sobre responsabilidade social, cuidado do planeta, ética entre os povos, respeito e educação para os homens, tratamento dos desfavorecidos, são altamente negligenciados, pois combatem à hipocrisia social e nos dão um fardo muito grande para ser carregado: o da responsabilidade social como filhos de Deus.
Os cristãos brasileiros não deveriam ser conhecidos por um moralismo exacerbado e doentio, taxando-se como “superiores” aos “mundanos”, mas como um povo de atitudes sociais e práticas, de compromisso político pujante, de militância cidadã e guerrilheiros pacíficos dos direitos humanos e das verdades e virtudes democráticas, mas não o são. Ao contrário, a bancada denominada evangélica é constantemente objeto de deboche, pela sua atitude proselitista, altamente partidária, seus vários projetos de cunho religioso para um estado laico, sua luta insana contra a P.L 122 e vários de seus membros, na maioria “pastores” ou líderes denominacionais, envolvidos em esquemas de corrupção, com apenas um ou outro que desempenha um papel importante para a democracia brasileira, confirmando a situação delatada, não a anulando.
Para uma mudança nesse quadro lamentável, talvez, somente a implementação da lei de que todos os pastores devam ter cursos teológicos (reconhecidos pelo MEC) para poderem palestrar em qualquer denominação que seja, para que a teologia pastoral sofra um avanço e passe a formar consciências mais maduras, sociais e políticas e menos vilipendiadas por essa teologia moral em cartaz. Para mudarmos as atitudes cidadãs cristãs, devemos primeiramente mudar as concepções cristãs de atitude. É bem lógico e simples, mas não é o mais fácil, portanto, não o mais desejado. Lembro-me então das palavras de Cristo, "quem quiser vir após mim, que tome a sua cruz e siga-me".

Por Rodrigo de Barros Mascarenhas.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O Pastor, o crente sortudo e a Mega-Sena!



1. Um recém-prosélito evangélico chega ao seu sacerdote e pergunta se é pecado jogar na loteria, pois havia ouvido que sim. 

_Pastor, é pecado jogar na loteria? 

_A paz do Senhor, meu filho! Com certeza, sim. Loteria não é coisa de crente, é um jogo de azar, não agrada ao Senhor. 

_Mas por que seria pecado?

_Por quê? Na Bíblia está escrito: "não tentarás ao Senhor teu Deus"; a loteria se constitui em uma tentação! E outra, está escrito para não termos ganância, e quando você joga, está declarando que possui muita ganância, e vontade de ficar rico, isso é pecado. 

_Mas como que eu estou tentando a Deus, preenchendo seis bolinhas com tinta de caneta azul, e pagando dois reais para fazer a aposta? 

_Deus que nos livre, filho! Aposta é coisa do diabo, atitude anti-cristã, totalmente mundana! 

_Mas Pastor, por que fazer um joguinho para ver se tenho sorte é errado? 

_Joguinho? Sorte? Meu Deus, essas duas palavras soam coisas do mundo, o diabo que controla essas coisas de sorte, isso não vem de Deus! Já viu alguma vez na Bíblia essas palavras escritas? Pois então, não fazem parte das coisas santas do Senhor.  

_Eu li na Bíblia esses dias que os discípulos lançaram sortes para decidir quem seria o novo apóstolo, no lugar de Judas, e que os judeus tinham costume de fazer lançamentos de sorte para decidir algumas dificuldades de escolha. Não é a mesma coisa?

_Nunca! Claro que não. A sorte que os discípulos lançaram era de Deus, pois está na Bíblia, e era pra decidir quem seria o novo missionário do Senhor, a sorte da loteria é maligna, mundana. Não permita que o diabo lhe engane com essas confusões.

_Eu acho, Pastor, que sorte é sorte, faz parte do ser humano arriscá-la ou não, para diversão ou não. E outra, não jogo porque tenho ganância, e sim, porque é legal diante das leis de nosso país, e poderia muito bem solucionar os meus e os problemas de muitas outras pessoas, se ganhasse o prêmio. Daria até o dízimo à igreja!

_O dízimo, meu filho? 

_Sim, o dízimo. Na verdade, Pastor, escondo os meus pecados nesse momento. Estou lhe perguntando sobre esse assunto porque joguei na Mega-Sena e acho que ganhei trinta e cinco milhões de reais, e teria que dar três milhões e meio para a igreja. Mas me disseram que era pecado, aí pensei, será que dou ou não esse dinheiro "maldito"? 

_Nossa! Nesse caso, louvado seja Deus. Já pecou ao jogar mesmo, não peque novamente não, ao negar o que é da igreja. Traga o dinheiro sim, a gente faz uma oração para purificá-lo, e outra, quem de nós que nunca errou, não é mesmo? 

André Francisco

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"Vaidade de vaidade..." e as unhas cor de laranja!



1. Uma crente legalista conversando com uma outra não tão legalista assim sobre vaidade. 


_É pecado, sim, é pecado essa tal de vaidade. 

_Sério, mas por quê? Só pintei as minhas unhas de cor de laranja! 

_Isso mesmo, pois pintaste, pecado cometeste, ou nunca leste que na Bíblia está escrito, "vaidade de vaidade, diz o pregador, tudo é vaidade". Logo, pintar as unhas constitui-se vaidade, ou seja, pecado. 

_Tá, mas o texto diz que "tudo" é vaidade, e não que pintar as unhas seja vaidade, certo? E outra, em nenhum momento está dizendo que vaidade é pecado, certo? 

_Hmm, é, mas... na verdade, sim... porém, tem de entender que é pecado, isso é verdade. Para que fazer isso se Deus te criou sem esmalte? Temos de ser e viver igual ao que Deus nos fez, e não usarmos coisas do mundo para enfeitar-nos. 

_Sim, pode até ser, no seu modo de entender as coisas, porém, você não me disse, ainda, onde que naquele texto citado existe uma referência à vaidade como pecado, e onde diz que pintar as unhas de cor de laranja seja um, concorda? E outra, vamos andar nus, então, pois foi assim que Deus nos criou, não é mesmo?

_Não, não, tu não podes interpretar ao pé da letra, e outra, é mistério, pode não estar claramente escrito, mas o Espírito Santo convence-nos que isso é pecado e acabou, está estabelecido. Ou tu queres reclamar com o Espírito Santo? 

_É verdade, não dá mesmo pra reclamar com ele, porém, no texto não está escrito, tá? 

_Está sim, porém, só com a unção é que tu conseguirás notar, tu deves orar mais para entendê-lo, e consagrar mais sua vida, tu estás muito questionadora! 

_Sei lá, achei que devesse aprender a ler, para ler, em vez de orar, para ler. 

André Francisco


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