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sábado, 30 de novembro de 2013

Os problemas do cânon Bíblico

1. O cânon inteiro é bastante problemático, disso não tenho dúvidas. 

 2. Por exemplo, a carta, epístola, sermão- ou como quiser- aos Hebreus, teve sua aceitação quase plena apenas a partir do século 5 d.C pela igreja. E isso, devido a apelação que foi feita com respeito a sua autoria. Muitos afirmaram ser de Paulo, senão, não entraria. Argumento altamente questionado atualmente pela crítica-bíblica, que não consegue encontrar nenhum vestígio da característica própria das escritas de Paulo no texto supracitado.

 3. A segunda carta com nome de Pedro (que não foi o apóstolo quem escreveu), com certeza, foi escrita no segundo século, incluída em pouquíssimas listas antigas de livros que eram aceitos pelas comunidades cristãs incipientes. O texto é bastante distante da realidade apostólica do primeiro século, fazendo referências a eles como praticamente santos, junto de seus escritos. A ideia da vinda de Cristo, também, já estava sendo deixada de lado por praticamente todos os círculos cristãos, sendo necessário um apelo a seu resgate para as pregações diárias das comunidades.

4. O Apocalipse, nomeado de João, junto de outros muitos que circulavam livremente nas comunidades, não era conhecido por boa parte do segundo século. Tendo sua autoria e aceitabilidade extremamente discutida por vários concílios e reuniões oficiais da igreja primitiva. Principalmente, quando colocado junto do Apocalipse de Hermas, e também o Apocalipse de Pedro. Textos que possuíam grande estima e praticamente total aceitação do povo como Escritura Sagrada.

5. A epístola de Tiago sofreu retaliação até mesmo por vários protestantes, inclusive Lutero. Este a considerava como uma "epístola de palha" e não a reconhecia em seu "cânon particular". Boa parte dele foi aceitado posteriormente por diversas igrejas evangélicas e protestantes, dando origem a Bíblia com apenas 66 livros e não 74, como era até então. 

6. O evangelho de João, também, por ser um texto não sinótico, totalmente diferente dos outros três sinóticos, provavelmente, não existia antes do segundo século da história da igreja. Com um teor altamente gnóstico, mostra um Jesus com bastante similaridade à sabedoria gnóstica daquele tempo. São incluídos, por exemplo, diversos tipos de títulos particularmente desse contexto religioso, como a dicotomia do bem e mal, luz e trevas, fogo e água, sofrimento e alegria, céu e inferno, Deus e diabo, etc. Situações não previstas em outros textos mais antigos, como por exemplo, Marcos.

7. Existem outros problemas também, como a questionada historicidade de Atos dos Apóstolos, a autoria paulina de 2 Timóteo, Filemon, as cartas de 1 e 3 a Coríntios que sumiram, sobrando apenas a 2 e 4 que estão nas Bíblias; a mistura de fragmentos de cartas em outras, como exemplo, o capítulo 16 de Romanos, que não pertence originalmente àquela carta, mas que pode se tratar de um final previsto de Efésios, etc. 

André Francisco

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