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quarta-feira, 25 de julho de 2012

"A religião é o ópio do povo" (Marx, 1844)


1. Em a Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, 1844, Karl Marx citou: "A religião é o ópio do povo". No sentido mais original, como forma de descrevê-la, e também a noção e o sistema religioso, mais precisamente, como ilusórios, teias inteligentemente, ou nem tanto, forjadas de escapatória, modos humanamente utilizados de mitificar a realidade e dar-lhe sentido animoso, não desgraçado infortúnio. 

2. Disse, também, que: "A religião é a teoria geral deste mundo". Certo disso, considerando seu círculo contextual de vida e toda a abordagem histórico-social que fazia dos conhecimentos. Tinha razão, pois, mentando, sempre se buscou explicar, teorizar, principalmente em eras remotas, o mundo, o universo, as formas, as existências, os sentidos, os valores, as possibilidades, as permissões, os acontecimentos, a partir dela, do que ela dizia.

3. Houve pouco destonamento entre homem e religião ao longo do tempo. As suposições verticais sempre foram amplamente utilizadas na tentativa de se explicar os nós obscuros da realidade horizontal, a única não especulada, mas existida, respirada, tocada. 

4. Exemplo simples, nas inúmeras histórias sobre dilúvio que objetivavam explicar as causas das inundações constantes de rios como Eufrates, Tigre, ou Nilo, e outros tantos (Dilúvio Sumério, de Gilgamesh; Africano, de Olokun; Mapuche, de Tentem Vilu; Maia, de Huracá; Judaico, de Noé), etc. Problemas horizontais, não cientificamente alcançados, por questões de primitividade, atribuídos aos mais altos níveis da realidade supra-humana, trazendo consigo a quimera, o conforto da cognição mítica subjetiva, o alívio ilusório ao sofrimento e às faltas de respostas. 

5. Isso servia, continua servindo, e Marx sabia disso. Normalmente, quando o assunto é relacionado ao sofrimento, não se busca explicação racional, pois nem sempre se dispõe. Mas para se tentar arranjar as coisas, e deixá-las suavizadas, joga-se a discussão, e as questões embrionárias do resultado patente, para os lugares onde ninguém tem condição de se responsabilizar ou de se tornar alvo de culpa, e aceitar o fato de que não possui resposta. 

6. É um jogo político com os céus, entre o terreno e o sagrado, verdadeira política externa, relação intergalática. 

7. Pois bem, para se jogar esse jogo, existem três partes principais que respectivamente se entrelaçam. Primeira, os donos da religião, seus intérpretes, e mantenedores. Normalmente, identificada pelo conjunto de mão-de-obra da atividade sagrada. Penso ser a mais sinistra, haja vista a manipulação proposital  produzida às massas, por tais. Segunda, o próprio sistema da religião, suas doutrinas, suas estruturas físicas, sua política interna. Penso ser a segunda mais sinistra, haja vista às falhas comprovadamente existentes, em suas afirmações consideradas óbvias e fundamentais. Terceira, o público, fiéis, onde o argumento euforizante chega e é entregado, produzindo o resultado maquiavélico criado pela primeira parte. Penso ser a terceira mais sinistra, porém, valorando, a primeira que me causa incômodo, e a segunda que me move à escrita (a parte dois é a causadora principal), hajam vista os problemas que geram, em mentes não reflexivas. 

8. Cada parte precisa de outra, para que a religião, no todo, funcione como ópio. 

9. A primeira parte ensina a teoria da política intergalática à terceira. E, dentro desse ensinamento, está a cláusula primordial, a de que a terceira parte precisa da segunda, para ter êxito. Do contrário, não terá, e tudo será inútil, o opion não funcionará. Em palavras claras, o seguinte: (1844, ficticiamente) estás pobre? Não importa, participa da missa (culto), e verás nitidamente sua morada eterna nos céus, que é o que vale. Ou: (2012) estás pobre? Importa, participa da missa (culto), ofertando, e verás nitidamente sua morada eterna na terra, que é o que vale.  

10. O discurso mudou um pouco, mas não é o caso aqui, não quero valorá-lo. Não é meu interesse ser advogado de defesa de qualquer lado sequer. No entanto, a essência continua.

11. Karl Marx queria que essa dependência fosse eliminada, e que o homem buscasse responder, por si mesmo, as questões da vida, negativas ou positivas. "A religião é apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele não circula em tomo de si mesmo". Não teria mais carência dos funcionários, nem das opiniões catequéticas da religião, e sim, somente do ânimo racionalmente canalizado para dentro do ente próprio, indivíduo não alienado. 

12. Pensou: dessa forma, "a crítica do céu transforma-se deste modo em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, e a crítica da teologia em crítica da política". 

13. Falando do judaísmo, essa transformação não foi feita, porém, o contrário. Ou seja, a religião explicava, e o público obedecia. Respectivamente, assemelhando-lhes os sentidos,  as histórias dos deuses e as inundações diluvianas. Templo, sacerdotes, heróis e a Lei do Direito do Pentateuco veterotestamentário. Profetas críticos de Yaveh, e a política de Israel. Eclesiasticamente, do mesmo modo, as superstições e as mazelas humanas. Primeira e segunda parte (top. 7), e o direito do povo. Os dogmas e a influência política. 

14. A frase de Marx vem de um raciocínio consciente, lógico, para a tendência de sua teoria. Porém, infelizmente, na realidade existida, as coisas já eram diferentes, e continuam, e parece continuarem por tempo indeterminado. 

André Francisco

Um comentário:

  1. Muito obrigado RRACIONAL. Continue acompanhando nossas postagens no Diálogo Aberto, será um prazer!

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