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terça-feira, 9 de abril de 2013

Deus não aceita essas práticas. E quanto a outras do mesmo livro?




1. Certo. Deus não aceita essa prática, como a imagem homofóbica acima confirma.

2. Vejamos algumas outras práticas que, segundo o livro de Levítico, Deus aceita ou não aceita.

3. Dois versículos antes, no mesmo texto da imagem, está estritamente proibido ao homem se aproximar de uma mulher menstruada, seja sua esposa ou qualquer outra. Segundo a teologia sacerdotal pós-exílica, a menstruação é considerada imundícia, impureza, uma maldição. Logo, os homens não podem participar dessa coisa maldita, devem ficar distantes de qualquer mulher nesse período, que para nós, em uma sociedade moderna, é um marco da vida, um símbolo de fertilidade, cientificamente comprovado. Naquela época era coisa imunda. Nem mesmo participar de cultos no templo as mulheres podiam quando menstruavam. Se tocadas, tanto elas como a pessoa que tocou eram separadas para um longo processo de "purificação". 

4. O cap. 20 desse livro é mais incisivo nas questões de lei. 

Por exemplo, casais que cometessem qualquer tipo de adultério deveriam ser apedrejados até a morte (Levítico 20,10). Se, por um acaso, um homem visse sua irmã nua, naquele momento em que ela estivesse trocando de roupa dentro do banheiro e ele entrasse de supetão, pedra voaria neles dois (Levítico 20, 17). 

Quando a filha de um religioso sacerdote fizesse sexo com algum adolescente judeu, por curiosidade ou vontade mesmo, e fosse descoberta, seria queimada instantaneamente (Levítico 21, 9). Deficientes físicos não tinham direito nessa sociedade machista-escravocrata. Eram estritamente proibidos dos direitos clérigos e não podiam adorar a deus no santuário, caso contrário, profanariam-no (Levítico 21, 23). Sacerdotes gostavam de comprar escravos e possuíam aval legal para isso (Levítico 22, 11). 

Levítico 24,10-16 existe uma lei da intolerância religiosa, e claro, "outorgada" por Yaveh a seus sacerdotes. Qualquer pessoa dentro de Israel que fosse contra a doutrina do templo, a doutrina legal, estatal, e possuísse uma opinião religiosa diferente da oficial, deveria ser apedrejada até a morte. Os sacerdotes pós-exílicos criaram esse sistema legal, colocando Deus na história, para escravizar e controlar os pobres camponeses que voltaram do exílio. Eles acreditavam e eram controlados. Essa foi uma boa lei para tal teocracia se manter. 

5. Vejamos outras aberrações abusivas do direito religioso teocrático. 

6. O capítulo 25 está repleto de orientações "divinas" sobre a compra e venda de escravos. Isso mesmo, ESCRAVOS. Naquela época, onde tudo era feito e entendido como sendo a mando de uma divindade, as pessoas legislavam a respeito da escravatura. 

Levítico 27,3 institui o valor do escravo, macho ou fêmea, como o texto os trata. Avaliados normalmente em 50 siclos de prata por Deus. 

No versículo 28 do mesmo capítulo, há a lei do voto. Qualquer coisa que fosse "anatematizada" a Deus, por voto, deveria ser morta. Entre essas "coisas" estavam, no mesmo patamar de valor, "homem, animal ou um campo herdado". Esses sacrifícios, normalmente, eram feitos em holocausto, ou seja, queimando o objeto. 


7. Paro por aqui. Se eu fosse listar todas as leis anti-humanas do Pentateuco, que os sacerdotes pós-exílicos criaram como um controle político-teocrático, quando o templo se tornou o centro religioso-governamental de Israel, teria de escrever vários textos. Porém, esse está de bom tamanho. 

8. Acho injustificável a homofobia com base em Levítico, como em qualquer outro texto religioso de culturas ultrapassadas. A imagem não é completa, encobre significados claros de contextos.

9. Apenas acho necessária uma reflexão coerente da sociedade brasileira para que não permita que esses conceitos teocráticos religiosos se tornem leis em nosso país, com o crescimento de fundamentalistas em todas as áreas do poder legal nacional. 

André Francisco


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