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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Com Ideias, Sem Amigos

1. Conversando nesse final de semana com meu pai, pastor e ex-pastor. Ex-pastor de uma denominação na qual passou 40 anos de sua vida e Pastor de uma nova denominação, há aproximadamente 3 anos. Ele me disse que um dos maiores problemas que sofria era a perda dos seus amigos e contatos que construiu durante toda sua vida, somente por ter saído de sua denominação, por simples razões teológicas e ideológicas (não abandonou a fé, ou a crença cristã).

2. Eu, Rodrigo, perdi alguns amigos importantes na minha vida, depois que mudei minha maneira de pensar a respeito da tradição religiosa, deixando, consequentemente, de frequentar o templo evangélico. Penso que "senti na pele", em proporções menores, o que meu pai passou, anteriormente, por apenas ter trocado de denominação. No caso, eu sou jovem, e, como diria Renato Russo, "tenho todo tempo do mundo" para refazer minhas amizades e tocar a vida, porém, no caso do meu pai, são lacunas irreparáveis.

3. Analisando essa situação, só posso concluir que a religião não é um lugar tão belo, amistoso e lindo, como muitos dizem nas mensagens do culto de domingo. Se você não está disposto a concordar com tudo o que é pregado, e a aceitar, como um verdadeiro discípulo denominacional, existem grandes probabilidades que você seja uma pessoa excluída, rechaçada, olhada com maus olhos, e que as pessoas tenham medo de você e de suas ideias, e, em certos casos, até fomentem uma perseguição recheada de boatos, fofocas, calunias e ideologias contra você.

4. É claro que existem meios de se falar que são totalmente o inverso daquilo que disse, com um discurso apologético (de defesa) e belas e bonitas palavras esperançosas do vocabulário bíblico, mas seriam apenas em Tese. Na realidade, o que se percebe, de fato, é a lobotomização de fiéis, que supostamente serão bem sucedidos divinamente, se receberem e reproduzirem o conhecimento de seus líderes. No entanto, caso contrário, liga-se o botão do "PERIGO: HEREGE NA ÁREA" e perdem-se os amigos, a vida e até, em alguns casos, "a possibilidade da salvação" -segundo os lobotomizados (não entrarei no mérito da discussão teológica).

5. Deixo que os teólogos amantes da igreja e os crentes que são politicamente amantes do próximo se rebatam e digam o que quiserem, mas, na verdade, se você nunca experimentou pensar, refletir, teologizar diferentemente do seu meio denominacional e compartilhar isso com os líderes e os fiéis, só posso lhe afirmar que ainda não tem noção do que eu quis dizer e  que não sabe a dor de se perder grande parte de sua história, por causa do "manifesto fundamentalista", que lhe rouba os diálogos, os amigos, o caráter, o pudor e sua honra, apenas por causa da sua transferência de lobotomizado para um ente pensante.

6. A igreja não está preparada para lidar com pensadores, mas sim, com seguidores, salvo as exceções.

7. Enquanto isso, a vida segue, independentemente do que digam. E outra, acredito que ainda "temos todo o tempo do mundo", conforme Renato Russo. Espero que assim seja também para o meu pai.

Rodrigo Mascarenhas

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