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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sono meu, como ousaste? Foste mais forte do que eu!

Sono meu,  como ousaste? Foste mais forte do que eu!
Tu chegaste, arrebatador, subordinante;
cativaste minha mente, meu corpo, e os fizeste reféns.
Quem me dera, se almejaste acordar comigo,
se respeitasses minha decisão, 
deixasses-me ser ego, pois, cá, não te queria.
No momento, não te podia sofrer.  

Mas não, tomaste teu espaço, inundaste-me de desfalência,
removeste todas as minhas forças, a ponto de não poder reagir.
Forçaste, a mim, a entrega do enfraquecimento, 
ao te perceber, como o vento que não posso pear,
nem mesmo, por vontade própria, desanelar sua presença.

Ah, mas do oculto espírito, como desejava presenciar-te, 
ver-te, sempre em mim, entregar-me a sua doce estada.
Sentir-te e imaginar-me vivendo-te, satisfeito ao poder ter-te.
Fiques aqui, não se vá, mesmo sabendo do seu egoísmo, 
mesmo notando que tu não dialogaste,
foi assim que, veladamente, eu digeri palavras mentadas,
ao perceber sua entrada nunca dantes falada. 

Quando tu desceste sobre mim, 
tentaste-me com a belezura dos sonhos que contigo vêm.
Abristes a porta da minha alma, e fizeste par com ela.
Colaste-a contigo, descaracterizaste-a propositadamente. 

Sono maligno, tão divino que não te vejo noção terrena.
Não te percebi sublevando-me aos elísios, 
no caminho do rio contracorrente navegado,
no teu barco sono, no teu barco. 
De uma coisa bem sabia, 
de lá, ao chegar, não quereria regressar. 

E quando o mais maravilhoso havia,
onde só eu e tu estávamos, 
cotejando e reciprocando sensações,
 oh diabos, atinei, ao ouvir sons na mente consciente,
 que a realidade assistia a mim, notava-me,
e dizia-me: quando voltará? 
Tarefas lhe esperam, cousas e mais cousas...

Abruptamente, caí de volta, pulei,
saltei abandonado, solitário, 
dos elísios para os sombrios acostamentos da vida sem ti, 
olhei ao lado, desesperançado, ofuscado, a tua procura imediata
sendo que, tu não estavas mais comigo, não mais.

Sono injusto, bandido, roubaste tudo de mim, 
e me deixaste assim? Fizeste o que sabia que farias, 
deixar-me-ias gozar por um momento teu calor,
experimentar sua leveza e simpatia,
e... depois, abandonar-me-ias.
Como um deus, deixaste seu mais fraco de lado,
sem esboço de fôlego sequer, 
além do bocejo que, agora, havia se tornado um fim. 

Braços erguidos, não mais amolecidos,
novamente cá, agora, com lembranças de ti, 
 vontade de ti de novo. 
Fiquei só, foste mais forte do que eu.
Na chegada, quanto partida. 



André Francisco





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