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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Bento XVI e Bíblia: método histórico-crítico sim, mas a partir do Magistério

"CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- O método histórico-crítico de pesquisa da Escritura é legítimo e necessário, mas deve ser interpretado segundo sua chave, que é a fé da Igreja, considera Bento XVI."Por Inma Álvarez

E a história se repete, quase que imutavelmente. Quando muito, apenas se reclassifica, em outra face, mas, de semelhante essência. O que aconteceu em 26 de outubro de 2009 não pode ser caso de espanto, principalmente quando se considera de onde vieram tais fatos. Os fundamentos da igreja romana foram revitalizados, e novamente destacados. Isto é, a interpretação de tudo e de todos, em sentido de cosmovisão, ou, visão de mundo, deve partir da fé histórico-tradicional. A tradição é voz de Deus, portanto, deve ser parâmetro, ponto de partida para se ver o resto. Assim, até mesmo as escrituras judaicas, ou, cristãs incipientes, que nasceram individualmente uma da outra, devem ser analisadas, começando da tradição, e não delas mesmas, em estudos minuciosos, de descobertas. A essa tradição Bento XVI e todo o magistério Católico chama de fé da igreja ou doutrina da igreja. O caminho foi o seguinte: começou-se a instituição cristã há quase dois mil anos, depois se caracterizou sistema religioso, forjado dentro de todas as características necessárias para tal definição de termo, após isso, criou-se a tradição e a sacralizaram, intraeclesiasticamente. Agora, ou há bastante tempo já, essa tradição, que surgiu historicamente por último, tornou-se centro vital para leitura do geral. Explicando, ela apareceu por derradeira, e se tornou a primeira entre outras. Por isso, Bento XVI e o magistério, que é a representação física do Reino de Deus e da vontade de Jesus, até motivam o desenvolvimento e utilização do método histórico-crítico, para se ler a Bíblia, mas não abrem mão da matiz regente, superior de norma para o cotejo, que é a tradição, a fé da igreja (maquiadamente, dogmas sistêmicos pós-neotestamentários). O que me deixa estupefato, ao ler um artigo como esse, não é o que se afirmou no Vaticano para tal discussão, pois essa afirmação é desde sempre esperada, e refeita, dentro de um contexto romano de igreja, seguindo-se a ordem sacralizada: fé da igreja (tradição), Bíblia, Deus. Porém, é o que aconteceu com os chamados "protestantes", que de fato nunca foram, ou não têm sido, no sentido atual do termo. Cada linha, ramo da igreja evangélica mundial, possui suas solas máximas. Seus credos ultrasagrados e "inconfudivelmente Bíblicos", textuais, consolidados tradicionalmente, dentro de um comum-comunitário. A esses dogmas são atribuidos poderes transcendentais, ultracósmicos, extramundanos, que não podem ser questionados sequer de longe. E são eles que regem, norteiam, validam toda a interpretação e leitura do cosmo, do modo de ver o resto, das pessoas que lhes creditam fé. Diferentemente do que Lutero propôs primeiramente, não é a partir da Bíblia que se lê todas as coisas, mas a partir do que se crê depois da primeira leitura ingênua. Explicando, o caminho é o seguinte: leu-se a primeira vez o texto, criou-se o dogma subsequentemente. Então, a partir da criação desse dogma, volta-se para o texto, contudo, agora, com o olhar do dogma, contaminadíssimo, totalmente inseparável do ente. E essa doutrina de fé, agora já intrínseca ao leitor, é tão poderosa que muda a maneira de se  enxergar o texto. Essa afirmação, com base no que sempre aconteceu dentro das comunidades evangélicas, destacadamente brasileiras, haja vista que sempre houveram transformações no credo das denominações, mas quando são consolidados perfeitamente, e passam a ser cultura intraeclesiástica, mudam-se para infalíveis e insubstituíveis. Qual é a leitura recomendada pelo método histórico-crítico? Ler com os olhos, mente, e coração do escritores. A partir da plena salientação do seu contexto cultural, político, e literário. Considerando sempre seu modo de viver, conhecimento, intento, gênero, ambição, desejo, projeto de/ para escrita. Não pesquisar o escritor verticalmente, como se fosse "psicografista", à Chico Xavier, mas um ser humano, mergulhado em tudo que lhe é peculiar, entre fraquezas e influências, que são os mais destacavéis na questão de formação de texto.O que estou tentando frizar nesse texto, a igualdade entre catolicismo e protestantismo evangélico tardio, atual. Ninguém, ou poucos percebem essas semelhanças, mas existem, e em muita coisa. Nada do que se tem, evangelicamente, é próprio, não copiado, peculiar. Tudo foi dado, e absorvido, dos templos, das liturgias, dos hinos, das teologias, das orações, das estruturas, dos cléros, etc. E agora, "pra variar", até o ressalte do método histórico-crítico já é luz-católica, e se quiserem aderir, pra dentro das comunidades, já será remendo.


André Francisco

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