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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Uma Breve Utopia: Do Diálogo Religioso e Paz Mundial.



Gostaria de ressaltar, dentre as afirmações ressaltadas nos texto acerca da paz religiosa e o diálogo religioso, em meu exercício do programa de pós-graduação em ensino religioso, as três ultimas, que dizem que não haverá coexistência humana, sem uma ética mundial, por parte das nações. Não haverá paz entre as nações, sem paz entre as religiões e não haverá paz entre religiões, sem o diálogo entre as religiões. Essas afirmativas são os objetivos de toda a fomentação teológica e da retórica escrita do escritor, chegar à paz mundial através da paz entre suas religiões, por meio do diálogo, em termos gerais.

            Utopia, talvez seja o termo mais apropriado para essa tentativa, embora seja muito louvável e sinceramente honesta e responsável a atitude do teólogo de buscar pelo diálogo entre as religiões, enchendo de brio os corações daqueles que se engajam em tal aventura, louvável, mas realisticamente utópica. Falo isso não porque seja um pessimista, um trágico ou um cético de humor cambaleante, mas porque temos um histórico de repressão à paz, de diferenças religiosas, de guerras por motivos ideológicos que englobam valores da religião socialmente predominante e que de maneira nenhuma entrariam ou entram em diálogo em busca da paz, mesmo com todos os esforços de teólogos, burocratas, idealistas, simpatizantes de causa e sonhadores com um mundo melhor.

            Falo isso porque uma classe que talvez seja a principal e mais influente e ativa dentro do sistema religioso, não se preocupa com esse pensamento de diálogo, que são os próprios religiosos e seus comandantes, os sacerdotes. Falar em paz e em cooperação entre monges budistas talvez fosse fácil, mas ineficaz, considerando que os mesmos passam suas vidas trancafiadas em monastérios e parecem não muito preocupados com a vida lá fora. Difícil mesmo é buscar um diálogo entre islâmicos radicais, que estão no poder dos paises árabes, ou dos grupos terroristas que têm como causa a guerra em busca de seus direitos usurpados pelos elitistas de origem norte-americana. Ou, até mesmo falar em paz e diálogo com cristãos evangélicos brasileiros, obsoletos em sua teologia, totalmente despreocupados com a realidade em detrimento de um apocalíptico porvir, que faz com que negligenciem o presente e o mundo material, pois lhe está preparado “morada nos céus” em um novo mundo totalmente santo.

            Dentro do balaio de religiões que o autor apresenta no texto como os grandes sistemas atuais religiosos de força, temos três grandes religiões que são visões religiosas absolutas: judaísmo, cristianismo e islamismo e comandam praticamente 2\3 dos habitantes do planeta. São absolutas porque não entram em diálogo, é só buscarmos o histórico de cada uma delas pra vermos repressão, exclusão, guerra santa, cruzadas, genocídios e por aí vai, a lista é realmente enorme. Suas verdades absolutas enfatizam a superioridade em comparação  à outras, como a verdadeira revelação de Deus, impossível Alá ser Javé ou Javé ser Jesus, muito menos Jesus ser Alá. Os judeus não aceitam o messias cristão, os cristãos usam e abusam do A.T para justificar a divindade de Cristo e os islâmicos dizem que Maomé é grande profeta de Alá e que Jesus seria apenas um enviado de Alá e mensageiro do Islã, abaixo, é claro, de Maomé. Não existe diálogo, o dogma não permite o diálogo.

            O dogma seria basicamente o ponto fundamental e indiscutível de uma crença religiosa, sua máxima e preceitos. Contudo, esse dogma não poderia ser relativo, ou seja, baseado naquela velha metáfora de que todos os caminhos (Religiões) levam ao topo do monte (Deus) ou que vários cegos ao tocarem em um elefante (Deus) tem várias perspectivas (Religiões) de um só elemento. Isso é conversa de Academia, Universidade que tenta implantar o discurso pós-moderno na sociedade. Na prática sistêmica – religiosa liderada pelos sacerdotes (Líderes do fiel) o dogma sempre será absoluto, ou seja, se utilizará da verdade religiosa, como ponto último e primeiro da existência e das explicações de mundo, sendo superior a todas as outras explicações de mundo e religiões, embora não tente descaradamente anula-las, mas o fazem em seus círculos internos, se auto-proclamando senhores da verdade e do conhecimento absoluto através de sua apologética. E o absolutismo não conhece diálogo, pois invalidaria a eficiência e verdade de seu dogma e a devoção de seus fieis. Há milhares de anos, as religiões tem se comportado dessa maneira, poderia até haver uma mudança de pensamento, mas abalaria as mais profundas bases das religiões e isso não é desejado por nenhuma delas, mesmo após duas grandes guerras mundiais.



            Que comanda é quem tem poder, e essas religiões têm poder (sistema político, liderado pelos sacerdotes) e não querem abrir mão disso. Talvez os teólogos devessem estudar mais ciências políticas e sociais, para depois perceberem que não existe paz por meio da religião, a religião sempre foi e será sangue e guerra.  Pensar em paz mundial através da religião é pensar que Jesus Cristo nasceu através da Virgem Maria, na melhor das hipóteses. Talvez, com o grande esforço de pensadores e teólogos que se propõem a isso, tenhamos algum êxito, mas para eles deixo a minha fé, como a que possuo em Deus, descrito pelos homens através dos mitos.


Por Rodrigo de Barros Mascarenhas

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